País consome 40 toneladas anuais do corretivo de solo, mas ampliar uso traria maior produtividade sem precisar de novas áreas plantadas
As lavouras e pastagens do Brasil necessitam de aproximadamente 80 milhões de toneladas de calcário por ano. Porém, o consumo esse ano deve chegar a 40 milhões, seguindo viés de alta nas duas últimas análises por temporada.
Porém, as altas registradas ano a ano sinalizam que o agronegócio ainda atua de forma tímida quando o assunto é correção da acidez do solo. A defasagem chega a 40% ou 50% na aplicação em estados como Rio Grande do Sul e São Paulo. Fronteiras como Mato Grosso ganham produtividade com a aplicação intensiva.
Estudo recente no Mato Grosso apontou que a colheita média de soja por hectare saltou para de 59 para 74 sacas após aplicação de doses reforçadas de calcário e acompanhamento técnico.
Neste dia 24 de maio, comemora-se o Dia Nacional do Calcário Agrícola. A data homenageia o engenheiro Fernando Carlos Becker, dirigente da ABRACAL que nasceu neste dia.
A defasagem no consumo é nacional. A ABRACAL e os sindicatos estaduais têm mostrado ao Ministério da Agricultura o baixo custo do calcário, produto eminentemente nacional.
Já a orientação técnica foca agricultor e pecuarista. "Estamos falando da planilha de custos. Aplicar fertilizante sem corrigir o solo é jogar dinheiro fora", relata Raabe.
O parecer técnico vai pelo mesmo caminho. Para o engenheiro agrônomo Jairo Hanasiro, especialista em Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas, "a calagem não é somente correção da acidez do solo; é também adubação de macronutrientes secundários, como o cálcio e o magnésio. A forma mais econômica e sustentável de adubação de cálcio e magnésio é através da calagem", declara Hanasiro.
Sem solos corrigidos, o desenvolvimento das raízes fica limitado e prejudica o aproveitamento dos fertilizantes e a produção agrícola. Maior produção reduz preços para o consumidor brasileiro e beneficiaria a exportação.