A Fundação João Pinheiro (FJP) apresentou, durante a Semana Internacional do Café (SIC), o Geoportal do Café, plataforma tecnológica desenvolvida pela instituição por encomenda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
O pré-lançamento da ferramenta aconteceu durante o workshop 'Geoportal Mapeamento e Monitoramento do Parque Cafeeiro de Minas Gerais', evento aberto pelo presidente da Fundação João Pinheiro (FJP), Roberto Nascimento, e apresentado pelo assessor de Tecnologia da Informação da FJP, Rodrigo Diniz.
A iniciativa tem o objetivo de mapear todas as áreas de cultivo do grão no estado, com inserção de dados socioeconômicos e geoespaciais para subsidiar políticas públicas e investimentos privados de toda a cadeia produtiva. A conclusão desse mapeamento, que trará informações completas dos 451 municípios listados como produtores de café pela Emater-MG, está prevista para março de 2018.
Além do desenvolvimento e implementação do geoportal, a Fundação João Pinheiro também está contribuindo com informações econômicas e de planejamento. O projeto também conta com a participação efetiva da Epamig e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e com a colaboração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Aplicações
Na prática, por meio do Geoportal do Café o produtor vai conseguir localizar sua propriedade nas glebas de café, o que será fundamental para melhor planejamento e gestão da atividade. Também para os gestores municipais e estaduais, os dados levantados e disponibilizados vão facilitar o direcionamento de ações para todas as regiões.
A ideia central da iniciativa é tornar o geoportal uma fonte permanente de consulta com informações abertas de Governo, pois o sistema operacional da geoplataforma tem linguagem e programação open source (fonte aberta), integrável a qualquer base de dados e não cria concorrência com outras entidades, representações ou mercados.
“O geoportal vai facilitar a vida dos usuários, que poderão carregá-lo para qualquer lugar como fonte de consulta”, afirma o assessor-chefe de da FJP, Rodrigo Diniz, responsável pelo desenvolvimento da ferramenta.
Diniz acrescenta que, pelo fato de o projeto ter sido concebido com padrões abertos, o geoportal estará apto a receber e a enviar dados, com informações 100% integráveis, sem restrição tecnológica que demande investimento em infraestrutura de outras unidades do estado.
História
Também na quinta-feira (26/10), a Fundação João Pinheiro apresentou o estudo 'História do Café das Matas de Minas', realizado pela instituição em parceria com o Sebrae Minas e a Seapa para composição dos trabalhos de Indicação Geográfica do produto na Região das Matas de Minas.
A Indicação Geográfica é usada para identificar a origem de produtos ou serviços quando o local de produção tenha se tornado conhecido ou quando sua proveniência determine característica ou qualidade específica. O registro permite delimitar a área geográfica e restringir aos produtores e prestadores de serviços da região, organizados em entidades representativas, o uso da IG, o que, mantendo os padrões locais, impede que outras pessoas utilizem indevidamente o nome da região.
De acordo com o presidente da Fundação João Pinheiro, Roberto Nascimento, a certificação do café das Matas de Minas representa um passo importante da atual política governamental no sentido de incentivar, apoiar e propiciar condições mais adequadas para que o estado mantenha sua condição de liderança na produção cafeeira.
“A produção de café em Minas Gerais tem representado aporte considerável ao PIB mineiro e é necessário e justo que ações visando o fortalecimento do setor incorporem iniciativas que, como esta, insere a população como elemento central das políticas públicas e resulta em um desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável”, afirma.