A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a projeção da produção de grãos no Brasil no período 2019/2020, com a estimativa de novo recorde no país e em Minas Gerais. A projeção do cultivo de grãos, iniciada no segundo semestre de 2019 e com término em julho deste ano, está próxima de 251,1 milhões de toneladas, recorde da produção brasileira. Se confirmado, o resultado será 3,8% maior do que o obtido em 2018/2019, com aumento de 9,1 milhões de toneladas. A expectativa é de 64,8 milhões de hectares de área cultivada, variação de 2,5% em comparação à safra anterior, com acréscimo de 1,6 milhão de hectares. Em Minas, a previsão da Conab é que á área cultivada passe de 3,45 milhões de hectares para 3,51 milhões de hectares, com crescimento de 1,6%. Já a produção deve registrar 14,3 milhões de toneladas de grãos, o maior volume da história com uma expansão de 0,6%.
Minas Gerais é o segundo maior produtor de feijão na primeira safra, representando 10% da produção total, atrás apenas do Paraná. A colheita do grão no território mineiro foi prevista em 565,9 mil toneladas na segunda safra. O arroz foi o produto que apresentou maior variação positiva na safra 2019/2020 em Minas Gerais, com aumento de 14,3%, seguido pela soja (4,4%) e o feijão (4,3%). O algodão (-8,1%) e o milho (-1,9%) apresentaram variação negativa comparativamente à safra anterior.
Nesta safra, os destaques são a soja e o milho primeira safra, cujas produções devem alcançar 5,29 milhões e 4,8 milhões de toneladas, respectivamente. De acordo com Caio Coimbra, engenheiro agrônomo e analista do agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), o salto da produção, alavancado pelo milho e a soja, deu-se “pelo fato de a procura por cereais no mercado externo estar aquecida, principalmente na China”. Além disso, explica, produtores se modernizaram e investiram no pacote tecnológico. As boas condições climáticas também contribuíram. Há diferenças de metodologia adotadas por órgãos do setor em relação ao período de duração das safras. A Conab considera um ciclo que vai de julho a junho do ano seguinte, já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera o que foi produzido durante os 12 meses do ano.