Todos os 816 militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB) que estavam na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) retornaram ao Brasil. O terceiro e último voo chegou na madrugada desta terça-feira (26) a São Paulo (SP), trazendo também 72 militares da Companhia de Engenharia Paraguaia.
Com o regresso do contingente, chega ao fim a participação do Brasil na Minustah. Após quatro meses de missão, o tenente João Lourenço Espolaor Neto descreve sua experiência no Haiti como única. "Tudo o que vivenciei agregou muito ao meu crescimento pessoal e profissional. Tive a oportunidade de comandar um pelotão num território hostil e de conhecer um povo que passa por reais necessidades, vendo de perto o que é miséria e pobreza", disse.
Um dos desafios encarados pelos militares do último batalhão foi a passagem do furacão Irma. Classificado inicialmente como de categoria 5, o fenômeno devastou áreas do Caribe e dos Estados Unidos. O tenente Espolaor conta que o fenômeno atrasou o regresso da tropa. "Estávamos preparados para atuar em prol da população haitiana, mas graças a Deus não fomos atingidos", afirmou.
União
Para os peacekeepers que retornam ao País, a sensação comum é de dever cumprido. "Nunca mais vou esquecer o Haiti. A missão foi incrível, entre ajudas humanitárias, patrulhas e furacões, vivemos de tudo um pouco. Trabalhar com os companheiros de todas as forças, unidos pelo mesmo ideal, não tem preço", disse o soldado José Gabriel Meritello do Carmo.
Comandante da Ala 13, o coronel aviador Kennedy Fernandes Ferreira enfatizou que o sucesso do emprego da tropa da FAB no Haiti foi fruto de dedicação e preparo profissional. "Os militares que ora retornam dessa nobre missão são homens de Força Aérea testados em terreno hostil, fato este que impulsiona a instrução de nossas tropas com a força de seu exemplo prático", concluiu.