Com tecnologia australiana de última geração, a empresa brasileira Sigma Mineração acaba de obter o licenciamento ambiental do governo de Minas Gerais para produzir no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do país, o concentrado de óxido de lítio – matéria-prima das sofisticadas e demandadas baterias dos veículos elétricos. O investimento deve alcançar R$ 500 milhões (US$ 125 milhões) numa unidade industrial que será construída no município de Itinga, distante 635 quilômetros de Belo Horizonte, e terá capacidade para gerar cerca de 300 empregos diretos na operação. SAIBA MAIS 06:00 - 18/04/2018 Emprego escasso desfaz os sonhos no Vale do Jequitinhonha 07:00 - 17/04/2018 Êxodo rural deixa cidades fantasmas no Vale do Jequitinhonha 06:00 - 16/04/2018 Mecanização da colheita afetou famílias e comerciantes no Jequitinhonha O empreendimento será anunciado hoje pela companhia e já nasce no sistema avançado de processamento a seco do minério do lítio, o espodumênio, eliminando as barragens de rejeitos, e equipado para reciclagem de 90% da água usada no processo industrial, informou ao Estado de Minas Ana Cabral, membro do Conselho de Administração da Sigma. O tratamento a seco e a produção do concentrado de lítio com teor superior a 6% no chamado grau bateria foram patenteados pela mineradora, após desenvolvimento apoiado por consultoria da Austrália, grande concorrente do Brasil na produção de minerais como o ferro. Continua depois da publicidade Os recursos aplicados na planta industrial deverão alcançar R$ 1 bilhão contados os aportes previstos de empresas terceirizadas que vão atuar na planta industrial da Sigma, de acordo com Ana Cabral. Ela destaca que o projeto introduz o Brasil e Minas Gerais num mercado promissor e de alto valor, o da fabricação de baterias de lítio para ônibus e carros elétricos, e, ainda, empregadas no armazenamento de energia limpa, das usinas eólicas e solares. “Colocamos o Brasil e Minas Gerais no mapa global do lítio para baterias, produto de alto valor agregado e com crescimento de demanda prevista em cinco vezes deste ano até 2025”, afirma Ana Cabral. As estimativas do setor indicam que este mercado vai evoluir da produção de 270 mil toneladas de LCE (medida em carbonato de lítio equivalente) para 1,025 milhão de toneladas de LCE dentro de seis anos. Na América do Sul, apenas o Chile, outro grande produtor de minerais, disputa esse mercado. As minas adquiridas pela Sigma em Itinga, entre elas a principal reserva, batizada de Xuxa, estão localizadas na região conhecida como Grota do Cirilo e são consideradas reservas de classe mundial. “O concentrado pré-químico que vamos produzir poucas empresas estão habilitadas a entregar no mundo”, observa a executiva da mineradora. O concentrado de óxido de lítio a ser obtido no Vale do Jequitinhonha tem nível de impurezas alcalinas (potássio e sódio) abaixo de 0,5% e ferro e mica, outros dois elementos indesejáveis no processo, abaixo de 1%. Antes mesmo de iniciar a produção, a Sigma firmou contrato de fornecimento à japonesa Mitsui. As equipes da empresa já estão trabalhando no projeto de engenharia de detalhamento para dar início à construção da unidade industrial no terceiro trimestre deste ano. A empresa também iniciou o processo de contratação de pessoal, com a decisão de priorizar a mão de obra local. A promessa de levar à empobrecida região mineira grandes projetos de desenvolvimento tem sido historicamente enfatizada em campanhas eleitorais, sem resultado. Com seus 15 mil habitantes, Itinga foi uma das três cidades escolhidas no Brasil para iniciar o programa Fome Zero, do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A Sigma Mineração trabalha com cronograma de 12 meses para a construção da planta industrial. A intenção é produzir 220 mil toneladas anuais do concentrado de óxido de lítio, com início previsto entre julho e setembro do ano que vem. Inicialmente, o produto será exportado, deixando a unidade industrial em tambores por transporte rodoviário até o porto, rota de escoamento ainda em estudo. Desde a aquisição das reservas minerais até o começo deste ano, a Sigma investiu R$ 120 milhões em pesquisa e prospecção e na planta-piloto.
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