Dois homens e uma mulher foram presos em flagrante, no último domingo (31), enquanto furtavam aparelhos de telefonia em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. A prisão foi efetuada pela Polícia Civil após a investigação de uma série de ações dos criminosos que deixaram cerca de R$24 milhões de prejuízo a empresas de telefonia.
O prejuízo milionário diz respeito a todas as ações do grupo que, em dois anos, teria levado as empresas à necessidade de comprar mais aparelhos e instalá-los no lugar dos furtados. Os policiais acreditam que trata-se de uma quadrilha com cerca de dez integrantes e que os três presos no domingo lideram o grupo. Deles, os dois homens que foram presos, um de 26 e outro de 32 anos, já têm passagem por furto.
O grupo agia de forma a tornar o momento do crime o menos suspeito possível. De acordo com o delegado, eles vestiam uniformes, usavam crachás e equipamentos de proteção pessoal para se passarem por funcionários e não gerar desconfiança. Os suspeitos ainda contratavam caminhoneiros para transportar a carga como se fossem realmente funcionários das empresas de telefonia.
A ação da quadrilha se estendia para além da capital e da região metropolitana. Segundo o delegado Daniel Amâncio, que comanda o inquérito, já foram identificados crimes com as mesmas características no Sul do Estado e no Triângulo Mineiro. Os investigadores atuaram por três meses, conforme Sales, até tomar a primeira ação, no domingo. "Foi uma questão de oportunidade", afirma.
De acordo com o titular da Delegacia Regional de Polícia Civil Noroeste, Hugo Arruda, em Belo Horizonte foram identificadas ocorrências nos bairros Dom Bosco, Glória, Nazaré e Sagrada Família, assim como nos municípios de Sabará, Guaxupé, Lagoa Santa, Curvelo, Uberaba, Uberlândia, Sarzedo, Santa Luzia, Caeté, Esmeraldas, Raposos e Nova Lima.
As investigações continuam, agora, para chegar aos demais componentes da quadrilha e identificar os receptores.
"Esse é um público muito específico, somente alguns potenciais compradores, como empresas que lidam com sinais de internet, além de ferros-velhos que poderiam se interessar nas quinquilharias", afirmou Amâncio.