A MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo dobrou os números na área de negócios do evento em 2017. Foram realizados 450 encontros entre produtores de audiovisual e canais de televisão ou empresas distribuidoras de cinema, gerando expectativas de negócios em torno de R$ 380 milhões, quase duas vezes a estimativa do ano anterior, que havia sido de aproximadamente de R$ 200 milhões.
Minas Gerais foi o estado com maior número de projetos apresentados na edição de 2017, com 290; outros estados somaram 167 propostas. Realizada entre os dias 22 e 26 de agosto na capital mineira, a MAX se consolida entre as maiores iniciativas do poder público no Brasil de fomento ao setor audiovisual.
A iniciativa é realizada pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) e pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg), por meio do Serviço Social da Indústria (Sesi-MG),
Durante os cinco dias do evento também foram realizados 77 painéis, contabilizando 5.355 minutos (mais de 80 horas) de capacitação e debates entre criadores, produtores, distribuidores e exibidores de conteúdo de cinema, televisão e internet, desenvolvedores de jogos e profissionais de artes gráficas, música e publicidade.
A MAX 2017 teve como tema a Indústria Audiovisual 360 e ampliou sua programação para contemplar diversas vertentes que compõem o setor, abrangendo produção de conteúdo para cinema, televisão e internet, além de games, música, comunicação e artes gráficas. O evento reuniu salão de negócios, exibição de filmes e atividades de capacitação.
Rodada de negócios
Coração da MAX, a Rodada de Negócios cresceu significativamente em relação à edição passada, tanto em termos qualitativos quanto em perspectivas de geração de negócios, saltando de R$ 200 milhões em 2016 para quase R$ 400 milhões neste ano.
“Eu achei os projetos mais maduros e os produtores mais preparados nesta edição. Nascerão bons frutos da MAX 2017”, avalia Krishna Mahon, da Imprensa Mahon (SP).
Mariana Ferraz, da EBC, também acredita que houve um salto de qualidade em relação à primeira edição. “Senti também, nas rodadas de negócios e nos pitchings, projetos mais maduros. Mas o legal desse tipo de evento é que aqui também é o lugar de produtores menos experientes mostrarem seus projetos, e é o nosso papel orientá-los”, afirma a executiva da EBC.
A Rodada de Negócios promoveu o encontro entre produtores independentes e os chamados players (canais de televisão, distribuidoras, programadoras, coprodutoras, investidores). Guilherme Dutra participou do evento em duas frentes. Como proprietário da produtora Afirma, ele atou como player e como ofertante.
“De um lado, eu espero receber bons projetos, que caibam na Afirma, que é pequena. De outro, eu quero aprender um pouco mais com as grandes produtoras, saber os mecanismos para estabelecer intercâmbio, parcerias”, salienta Dutra, que, como ofertante, estava ali para “vender” a animação “Artmanha”.
Os jovens Celso Meirelles Alves, de Belo Horizonte, e Plínio Lopes Godinho, de São Paulo apresentaram três projetos ao longo dos três dias da Rodada: as séries “Contos para TI” e “Como Parecer Culto em Seis Lições”, além do longa “Vida da Morte”.
Antes da Rodada, a dupla participou do curso de capacitação, promovido pela MAX 2017. “Foi bom porque eles deram dicas importantes do que fazer nessa hora de apresentar as propostas. A gente fica sempre tenso”, comenta.
Exibição de filmes e exposições
Além de fortalecer a cadeia produtiva do setor com as atividades que aconteceram na Serraria Souza Pinto, a MAX 2017 ampliou seus horizontes em relação à primeira edição. Levou diversão ao grande público, com sessões diárias e gratuitas de cinema na Mostra Clássicos na Praça, na Praça da Estação, e inaugurou duas exposições: “Ofícios da Animação” e “Um Atrapalho no Trabalho”, ambas no Museu de Artes e Ofícios.
Prodam: política estadual em prol da cultura
A MAX 2017 foi realizada no contexto do Programa de Desenvolvimento do Audiovisual Mineiro (Prodam). Lançado em maio de 2016, o programa tem o objetivo de viabilizar políticas públicas para o audiovisual por meio de parcerias entre órgãos e entidades da administração pública direta e indireta de Minas Gerais, municípios e União, além de instituições privadas.
O Prodam vem direcionando recursos para o segmento audiovisual mineiro, distribuídos em editais destinados a roteiros, produção e finalização de longas-metragens para cinema e séries para televisão, além de mostras de cinema e cineclubes, entre outros.
Para estimular todos os ângulos de ação do segmento, o Prodam unifica, no campo do audiovisual, além de instituições privadas, as secretarias de Estado de Cultura, de Educação e de Turismo.
Entre as entidades da administração pública indireta, participam das discussões as fundações de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Clóvis Salgado e a TV Minas Cultural e Educativa - Rede Minas, as companhias Energética de Minas Gerais (Cemig) e de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Rádio Inconfidência, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) e a Imprensa Oficial de Minas Gerais.
Minas de Todas as Artes
O fomento da Codemig ao audiovisual integra o Minas de Todas as Artes – Programa Codemig de Incentivo à Indústria Criativa, lançado em agosto de 2015. A iniciativa inédita e estratégica busca fomentar o desenvolvimento de novos negócios que gerem empregos, renda e riquezas para o estado.
Até o fim de 2018, serão investidos mais de R$ 50 milhões em editais de fomento e fortalecimento, com iniciativas de valorização de setores como gastronomia, audiovisual, design, moda, música e novas mídias.