Uma das mais tradicionais instituições museológicas de Minas Gerais, o Museu Mineiro, espaço integrante do Circuito Liberdade, chega aos 35 anos e entrega um presente ao público visitante. A instituição passa a contar com uma nova área para exposições temporárias e eventos denominada "Atrium".
A inauguração acontece nesta terça-feira (5/9), com a abertura da mostra Desenhar é Preciso, Viver Não é Preciso, do desenhista belo-horizontino José Octavio Cavalcanti. A exposição fica aberta ao público entre 6 de setembro e 30 de novembro. A entrada é gratuita.
O Atrium ocupa uma área anteriormente utilizada como restaurante e que foi entregue para atividades do Museu com o objetivo de oferecer mais conforto ao visitante. O local também funcionará como acolhimento do público interessado no rico acervo de artes visuais do Museu Mineiro, composto por cerca de 3.000 peças dos séculos VIII ao XXI.
O espaço possui área livre coberta de mais de 200 m², área descoberta de cerca de 60m² e banheiros modernos. Algumas atividades de ação educativa também serão realizadas por ali, além de lançamentos de livros, palestras, encontros e performances artísticas. Na parte superior, há uma espaçosa área gramada ao ar livre, nomeada "Ágora", entre o Arquivo Público Mineiro e o Museu Mineiro, onde já são realizadas atividades culturais e educativas e que agora se integra ao Átrium.
O novo uso da área vem a enriquecer a oferta de atrações culturais do local, como informa o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo. “Essa ocupação do espaço evidencia o compromisso da Secretaria com as demandas da cultura. O projeto inicial atendia a expectativas que se demonstraram alheias à missão do Museu e do Arquivo. O primado do acesso à cultura é a baliza do nosso desempenho”, afirma.
As novidades confirmam a vocação do Museu Mineiro, não somente como espaço expositivo, mas também como ponto de fruição cultural, conforme avalia a superintendente de Museus e Artes Visuais, Andréa de Magalhães Matos. “Teremos um ótimo espaço para acolhimento do público, onde também vamos desenvolver as mais diversas atividades culturais”, observa.
A exposição
A exposição Desenhar é Preciso, Viver Não é Preciso, de José Octavio Cavalcanti, é parte da inauguração do Atrium. A mostra é composta por 120 desenhos em grafite selecionados pelo artista. Eles retratam grandes cidades como Lisboa, Londres, Praga, Nova York e Amsterdã, além de outras localidades francesas, peruanas e italianas.
Viajante dedicado, o artista explica que boa parte de seus trabalhos surgem a partir de sua visita a esses locais. “Produzi especialmente para esta mostra a maioria dos desenhos e selecionei outros feitos ao longo de anos, durante viagens por países que admiro”, informa.
Para ele, a contemplação dessas paisagens urbanas é o combustível principal de seu trabalho. “Desenhar paisagens representa um contraponto à agitação da vida e à dinâmica das mídias virtuais contemporâneas, o que nem sempre é possível ou prazeroso”, aponta.
O artista
Nascido em Belo Horizonte no ano de 1947, José Octavio Cavalcanti é graduado em Arquitetura e em Artes Plásticas pela UFMG e tem título de Especialização em Arte-Educação pela Uemg.
Foi professor do Curso de Design da Fumec, criou a Oficina de Des-Desenho e o projeto BELO – ab hoc et ab hac, como homenagem ao 1º centenário de Belo Horizonte.
Fez várias viagens pelo Brasil, Europa e Estados Unidos, durante as quais executou desenhos de observação a partir do natural. Participou do Encontro das Américas (1997) e publicou os livros Ponto de Fuga – Desenhos de Belo Horizonte e, junto com outros seis artistas, Liberdade.
Elaborou desenhos de Bom Jesus de Matosinhos para o Memorial Congonhas/Unesco e participou da exposição Olhares Múltiplos sobre 5 Cidades (2014 – Belo Horizonte/CCBB e Brasília/IEPHA), onde exibiu 21 desenhos.
Em 2016, fez uma grande retrospectiva de seus trabalhos no Museu Mineiro, com mais de 90 obras na mostra Cara ou Coroa. No mesmo ano, a mostra Relevos Mineiros foi exposta no Museu Casa Guimarães Rosa e, em 2017, no Museu Casa Alphonsus de Guimaraens. Obteve prêmios como Brasil Olímpico 2009 e menções honrosas na V Bienal de Santos e no 1º Salão de Arte e I Salão do Mar, ambos em Vitória/ES.
Museu Mineiro
O Museu Mineiro funciona em um belo casarão do final do século XIX, exemplar do conjunto arquitetônico original de Belo Horizonte. Antiga sede do Senado Mineiro e da Pagadoria Geral do Estado, o Museu foi criado em 1982, integra o Circuito Liberdade e é gerido pela Superintendência de Museus e Artes Visuais (Sumav) da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).
O local coloca à disposição do público exposição de longa duração e mostras temporárias, tanto de artistas consagrados quanto de iniciantes, além de ampla programação relacionada ao patrimônio material e imaterial do Estado. Com acervo de mais de 3 mil peças, de variadas tipologias, datadas dos séculos XVIII ao XXI, a instituição tem como objetivo preservar, pesquisar e difundir registros da história e da cultura mineira.
O acervo em exibição apresenta a coleção de arte sacra composta por peças do barroco mineiro e do período neoclássico. A pinacoteca é formada por obras do Mestre Ataíde e de importantes artistas mineiros como Celso Renato, Inimá de Paula, Amílcar de Castro, Márcio Sampaio, Carlos Bracher, Aníbal Mattos, Belmiro Almeida, além de destacados artistas brasileiros, como Volpi e Di Cavalcanti. Também compõem o acervo da instituição utensílios domésticos e de uso pessoal, instrumentos de trabalho, objetos pecuniários e cerimoniais, insígnias, esculturas, com destaque para a coleção Jeanne Milde, dentre outros.
Serviço:
Evento: Abertura do Atrium do Museu Mineiro e do Arquivo Público Mineiro com a exposição "Desenhar é preciso, viver não é preciso", de José Octavio Cavalcanti
Data: 5 de setembro de 2017 (terça-feira)
Horário: 17h
Local: Museu Mineiro - Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários, Belo Horizonte (MG)
Informações: (31) 3269-1103