A arrecadação do turismo brasileiro deve ter queda de 38,9% em 2020 na comparação com o ano passado, aponta estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) publicado nesta 4ª feira (22.abr.2020).
A fundação atribui a queda à crise da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O estudo considera que o setor deve se recuperar dos impactos da pandemia em 1 ano –ou 18 meses no caso das viagens internacionais– se o isolamento social durar até 3 meses. Eis a íntegra (5 MB). Caso esse esse seja o período de vigência das medidas de restrição à circulação de pessoas, o rendimento do setor deve ser de R$ 165,5 bilhões em 2020, segundo calcula o estudo.
Em 2021, o setor deve ficar próximo da recuperação total e arrecadar R$ 259,4 bilhões – 4,2% a menos que em 2019. Ao todo, as estimativas dão conta de que o setor deve perder R$ 116,7 bilhões em 2020 e 2021 –isto é, 21,5% a menos que no ano passado.
Para a reabilitação total, que deve ser lenta, o turismo deverá crescer 16,95% ao ano em 2022 e 2023, o que representaria cerca de R$ 303 bilhões e R$ 355 bilhões, respectivamente, para os rendimentos do setor.
A instituição projeta que a retomada deve se iniciar com viagens essenciais e familiares. Viagens ao exterior devem demorar mais para serem retomadas: cerca de 1 ano e 6 meses. “O mercado de viagens é 1 dos setores mais afetados pela crise, pois a política de isolamento resultante das medidas de contenção ao contágio pela covid-19 afeta frontalmente a dinâmica econômica do setor, restando quase nenhuma possibilidade de receita”, diz o estudo.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) utilizados na pesquisa mostram que o turismo é responsável por 3,7% do PIB (Produto Interno Bruto) e por 3% dos empregos no Brasil. As atividades do setor incluem hospedagem, alimentação, transporte, agências e organizadores de viagens, aluguel de bens móveis, além de atividades de lazer, culturais e esportivas.
Para evitar que os impactos sejam ainda maiores, a FGV apresenta algumas medidas, como auxílios do governo, reequilíbrio dos contratos de concessão, crédito para micro e pequenas empresas e consumidores e promoção do turismo dentro do território nacional após o fim do isolamento.