Iniciativa que teve início em 2015 e conta com a participação de alunos e docentes do curso de Engenharia de Alimentos ministrado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) no Campus Patos de Minas, o Pomar é um programa de extensão que está consolidado. São parceiros deste programa de extensão o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG), a Prefeitura Municipal de Patos de Minas e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
De acordo com o professor Rodrigo Moraes de Souza, atual coordenador da equipe do Pomar, o grande propósito dela é fomentar e transferir tecnologia de produção e transformação de alimentos para os produtores rurais da região do Alto Paranaíba, mas todas as partes envolvidas acabam sendo beneficiadas: “Um importante passo que alcançamos no início deste ano foi a oficialização como programa fixo na cidade de Patos de Minas. Sem dúvida, esta é uma importante ferramenta para os nossos graduandos em Engenharia de Alimentos, ligando os conhecimentos lecionados em sala de aula com as necessidades e desafios reais do mercado de trabalho.”
Além de Souza, também estão no grupo do programa outros dois docentes - Peterson Gandolfi e Raquel Gandolfi – e os acadêmicos Victor Araujo, Elias Pinheiro, Luá Carvalho e Amanda Barretto.
Projetos em andamento
A UFU é uma das parceiras da Prefeitura na construção de uma agroindústria de processamento na Central de Abastecimento (Ceasa). No local, pretende-se disseminar, especialmente a pequenos produtores rurais e alunos do curso de Engenharia de Alimentos, conhecimentos práticos e tecnológicos sobre agroindustrialização de frutas e hortaliças. “Construiríamos, assim, uma cadeia de produção e transformação fortificada, entregando profissionais realmente preparados para atuar em qualquer parte da cadeia produtiva de frutas e hortaliças”, aponta o professor Rodrigo Souza.
A equipe do Pomar também desenvolve um trabalho especial junto à comunidade rural Baixadinha dos Gonçalves, com o intuito de estimular a permanência no campo, por meio de ações de assistência profissional qualificada, valorizando as tradições locais e capacitando sobre a produção, transformação e comercialização de seus produtos. “Atualmente, alguns dos maiores problemas relacionados ao campo são a falta de sucessão familiar, o subdesenvolvimento da fruticultura e da olericultura, bem como também o das agroindústrias. Estas situações estão relacionadas à falta de conhecimento de alternativas viáveis de desenvolvimento econômico pelos pequenos proprietários rurais”, alega o coordenador.
Ele acrescenta que o projeto ”Nosso Quintal”, sediado no Centro Pavonianos, que é uma das unidades da UFU em Patos de Minas, procura gerar e disseminar conhecimentos que estimulem a criação de espaços urbanos para cultivo de frutas, hortaliças e plantas medicinais: “Desta forma, queremos oferecer também às pessoas de centros urbanos formas de produzir seu próprio alimento em pequenos espaços que antes poderiam estar ociosos. A execução de um modelo mostra alternativas de utilização destes espaços e é um convite à comunidade para conhecer o funcionamento na prática.”
As reuniões do Pomar e os atendimentos a produtores e colaboradores estão ocorrendo em dois endereços de Patos de Minas: Palácio dos Cristais (Avenida Getúlio Vargas, 230, sala 312, Centro) e Centro Pavonianos (Rua Padre Pavoni, 290, sala 14, Bairro do Rosário).
Depoimentos de alunos
“A extensão me proporcionou uma experiência em que consegui colocar em prática minhas habilidades e conhecimentos, além de aprender inúmeras coisas que jamais pensei que aprenderia. Trabalhar fora da universidade me mostrou que um bom profissional deve conhecer não só o que se ensina em sala de aula, mas também a aplicação deste aprendizado na atuação junto à sociedade, como temos feito no Programa Pomar.”(Elias Pinheiro, acadêmico do 8º período de Engenharia de Alimentos)
“Como estudante do curso de Engenharia de Alimentos, creio que, quanto mais próxima das pessoas, melhor será a minha relação com elas e mais consciente estarei perante a situação que elas enfrentam no cotidiano. O contato com várias classes sociais e culturais faz com que nos tornemos engenheiros mais dispostos e eficientes na resolução de problemas, já que esta é a nossa função no futuro dentro de uma indústria de alimentos. Sendo assim, o vínculo do curso de Engenharia com o programa de extensão é a base para o sucesso, englobando diversos fatores que são necessários para a formação de um profissional responsável e hábil.” (Luá Carvalho, acadêmica do 7º período de Engenharia de Alimentos)
“Logo no segundo período da faculdade, procurei o professor Rodrigo, que hoje é o coordenador do Pomar, e ele me estimulou a ingressar no programa e sempre deu total autonomia e liberdade para desenvolver as atividades. Hoje, depois de quase dois anos de trabalho, envolvendo Prefeitura, órgãos de assistência e duas universidades federais, elaborando eventos com palestras e minicursos para produtores, documentos e planilhas de gestão, além do contato direto com o público e suas necessidades, posso afirmar que a extensão me transformou em um profissional mais completo e preparado para as dificuldades do mercado de trabalho.” (Victor Araujo, acadêmico do 6º período de Engenharia de Alimentos).