Na quarta-feira (13), servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se associaram às organizações estudantis para solicitar a suspensão do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A carta, produzida por profissionais do Inep, foi encaminhada para o Ministério Público Federal e Congresso Nacional. O Fórum de Reitores das Universidades Estaduais da Bahia (UEBAs) também divulgou uma nota pública em defesa do adiamento do exame:
“Com a impossibilidade de manutenção das atividades presenciais, as ações de ensino se encontram hoje dependentes de iniciativas passíveis de serem efetivadas nos ambientes privados e domésticos dos estudantes. Nestas condições, as disparidades e desigualdades sociais impactam decisivamente na efetividade e qualidade das ações de ensino. Famílias caracterizadas pela presença de pais com alta escolaridade e com acesso assegurado a equipamentos e tecnologias de informática e comunicação se mostram em condições muito mais favoráveis de manutenção de ações educacionais do que as famílias que não contam com nenhum adulto com escolaridade em nível médio ou superior, que não têm acesso a computadores ou aparelhos celulares com capacidade para utilização de aplicativos específicos e nem acesso assegurado à internet”.
Nas redes sociais, o termo "Adia Enem" tem sido aderido por estudantes, professores, artistas e várias personalidades. Entre os argumentos utilizados pelo grupo que solicita o adiamento da prova está a dificuldade que os estudantes estão enfrentando para manter os estudos em casa, principalmente aqueles que frequentam a escola pública e não têm acesso aos recursos digitais.
Entre os recursos disponíveis para que os estudos sejam mantidos, estão as videoaulas e as atividades que podem ser acompanhadas por plataformas digitais. Porém, quando são analisados fatores como a desigualdade social brasileira e o acesso aos meios digitais e a internet é possível perceber que nem todos os alunos são contemplados com as tecnologias digitais.
Somado a esse movimento, está o #ParalisaEaD. Além de problemas de concentração e dificuldade no acesso à internet, os estudantes apontam a ansiedade, e o próprio medo de contaminação como causas que impedem a efetividade do ensino a distância.
As inscrições para a prova do Enem continuam abertas até o dia 22 de maio. As provas estão marcadas para os dias 1º e 8 de novembro, na modalidade presencial, e 22 e 29 de novembro, na versão digital.