G1
O longa “A Substância”, da francesa Coralie Fargeat, estreou no Brasil em setembro e já é um dos filmes mais comentados do ano.
Não se trata da sequência de nenhuma franquia famosa ou de uma diretora conhecida. Não é um filme de super-herói, nem é o novo de Martin Scorsese.
Então, seu sucesso é surpreendente para muitos. Na verdade, “A Substância” é um filme atípico em muitos sentidos. Seu desempenho pode ter a ver com o tema, elenco e estilo.
“A Substância” conta a história de Elisabeth, uma atriz que já foi muito famosa e bem-sucedida. Aos 50 anos, ela é apresentadora de um programa de ginástica, e recebe a notícia de que será trocada por uma atriz mais jovem.
Com isso, Elisabeth entra em crise consigo mesma. Mas tudo muda quando ela descobre a Substância, uma espécie de droga que promete torná-la “a melhor versão de si mesma”, mais jovem e mais bonita.
“A Substância” explora o gênero "body horror", modalidade de filmes que usa cenas explícitas, grotescas e corporais para afligir os espectadores. Há inúmeras cenas angustiantes - e relatos de pessoas que deixaram a sala de cinema ao assistir.
Demi, hoje com 61 anos, é um dos pontos fortes do filme. A atriz, que foi um dos maiores nomes de Hollywood nos anos 90, retorna em um dos melhores papeis de sua carreira.
Muito disso se deve à relação da própria atriz com sua personagem. No livro de memórias de Demi, intitulado “Inside Out”, a atriz reflete sobre como foi objetificada e teve muitos problemas com auto imagem ao longo da carreira.
Para provar que conhecia intimamente as questões de Elisabeth, Demi entregou uma cópia de seu livro pra diretora de “A Substância” - e, assim, conseguiu o papel.
Além de tudo, o filme é um prato cheio para fãs de terror. “A Substância” mescla referências a clássicos do gênero com ideias originais, resultando em um filme com estilo peculiar.