Bem-vindo a “Era das Curtidas”!
Nesse novo tempo,
as pessoas estão dispostas
a fazer qualquer coisa em troca
do reconhecimento dos outros.
Da própria autoestima
à amizade dos amigos,
pelas curtidas nas redes sociais,
tudo é medido.
No geral,
as pessoas querem riqueza e popularidade,
e não têm medido esforços para conseguir isso.
Vive-se para os olhos dos outros;
vive-se a falta de senso do ridículo,
mata-se e morre-se
por notoriedade instantânea.
Conheço muitos zumbis da aprovação alheia.
A maioria é mulher. Mulheres bonitas.
Elas não conseguem ficar cinco minutos
sem conferir o Instagram
depois de uma postagem.
Estamos cercados por uma rede,
constante e ilimitada,
de angústias e ansiedades.
Imagem é tudo;
postar tornou-se um vício,
não necessariamente prazeroso.
As redes sociais são uma espécie
de Cracolândia dessa gente,
em que o efeito da droga dura
só até a próxima postagem.
Nesse cenário virtualmente viciante,
a bateria fraca do celular
é como o farelo do crack no fundo do cachimbo virtual,
é desesperador.
A tomada de energia virou a boca de fumo
que alimenta o tráfico de dados.
“A internet é um vício,
e a falta de curtidas pode causar crise de abstinência”,
deveria nos advertir o Ministério da Saúde.