Dizem que o tema "aborto" é um assunto polêmico.
Pode até ser, mas eu já pacifiquei o meu posicionamento sobre ele há muitos anos: sou contra o aborto.
A única exceção é no caso de risco de morte da mãe, nos demais casos a criança deverá ser poupada.
"Não importa se a mãe foi estuprada?" Não.
"Mas ela odiará a criança!" Mito! Ela odeia o estuprador, e não a criança.
A criança pode até não ser desejada, devido às circunstâncias da gravidez, mas odiada não é. Pois você não odeia aquilo que não conhece.
Mas dando a luz e, em último caso, não conseguindo relacionar-se com o filho, doe-o.
O importante é permitir que a vida-inocente siga o seu curso e consiga cumprir a sua missão nesta orbe, assim como a mãe teve a sua oportunidade de fazê-lo.
Aliás, muitas mulheres que abortam se arrependem e entram em depressão, se perguntando: "- Por que eu matei?!"
Um remorso que não tem fim.
Graças a Deus, o índice de gravidez advinda do estupro, no Brasil, é pequeno.
Esse meu posicionamento, com aquela única exceção supracitada, é por pura convicção humana e espiritual minha. Tanto é que, no caso da vítima de estupro, por exemplo, a nossa legislação permite o aborto. Entretanto, ressalto que, mesmo com o aval da lei, o melhor conselho é o de que a vida da criança seja sempre poupada.
Vida sim, aborto não.
A mãe que aborta vai, fatalmente, com mais ou menos culpa, a depender do caso, arcar com as consequências de seu ato em sua trajetória espiritual.
A "Lei de Causa e Efeito" é perfeita.
Ensina-nos, a propósito, Emmanuel, no texto "Aborto Delituoso", no livro "Luz no Lar", psicografado por Chico Xavier: "Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes."
E pensando no tema, numa visão que não é contra a mãe, mas sim a favor da criança, escrevi o poema abaixo:
[ aborto ]
Diante da gravidez indesejada,
a jovem desesperada diz a si mesma:
“Minha mãe vai me matar!”,
então escolhe o caminho
que lhe parece mais fácil,
o aborto.
Lá dentro do útero,
se pudesse se expressar,
o filho também diria:
“Minha mãe vai me matar!”,
mas a escolha não lhe cabe,
está morto.
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Este poema faz parte do meu livro de poemas [dilema], que em breve será publicado. Avante!