Todo pássaro fora da natureza
é naturalmente triste.
Só o egoísta do homem acha que não.
No cárcere, a tesoura corta a pena.
Que pena,
corta também o meu coração.
Certa vez, uma pessoa foi injustamente presa,
trancaram-na sozinha numa cela suja.
Depois vieram e cortaram-lhe as pernas.
Deitada no chão, à míngua,
ela sentia que a sua liberdade
já não era mais plena.
Tornou-se profundamente infeliz.
Essa pessoa poderia ser você.
Cortar as asas de um pássaro
é como se fôssemos condenados
a viver sem ser amado.
Então, não se iluda:
os pássaros livres é que cantam,
os presos pedem ajuda.
do meu livro de poemas [ dilema ], por Luciano Caettano.