Moradores do município de Confins estão vivendo uma experiência rica e transformadora desde abril desde ano, quando se inscreveram para participar das várias oficinas de arte, artesanato e circo oferecidas pela Associação Cultural Companhia Produz Ação Cênica. A criatividade e os dons dos alunos, de todas as idades, têm chamado a atenção dos professores contratados pela Associação Cultural para executarem o Projeto Mostra de Arte e Ação Cênica Cultura, Arte e Cidadania, com patrocínio do Grupo CCR, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O professor da oficina de máscaras, Rogério Alves, afirma que está muito feliz com os resultados até agora. “Além do interesse de todos, vimos belíssimos trabalhos e a certeza de que alguns deles têm verdadeiro talento para esta arte.” Ele conta que todos ficam surpresos ao verem que as máscaras são feitas com papel reciclado, aquilo que normalmente vai para o lixo como pente de ovos, saco de cimento, embalagens de supermercado etc. “Reaproveitamos tudo e isso é uma boa lição ambiental. Depois, outra surpresa é o processo de criação e confecção das máscaras. Tudo livre. Eles têm a liberdade de criar o que querem, após a minha orientação sobre a técnica. Começam com um desenho livre e a partir daí, o processo criativo se desenrola. Não interfiro nas escolhas de cada um e nem na pintura. Expressam o que desejam. Eles vão percebendo que o que fazem é arte, é terapêutico, é educativo e que, futuramente, pode vir a ser uma profissão para eles”, afirma.
Amanda Henrique, 17 anos, é um exemplo do que fala Rogério Alves. “Esta foi a minha primeira oficina no Casarão. Amo arte e artesanato. Já tenho o costume de fazer tudo que eu quero: customizo roupas, faço colares, pulseiras etc. Ao ver o Rogério fazendo a máscara, gostei muito porque percebi que a gente podia criar a partir do que ele ensina. Estou amando fazer a oficina porque além de aprender coisas novas, a gente conhece outras pessoas e tudo isso amplia a nossa visão. Quando sair do ensino médio quero fazer Artes Plásticas na faculdade. Aqui despertou interesse em fazer coisas que nunca tinha imaginado. Estou feliz om o resultado. Uma das minhas obras foi o unicórnio que estou finalizando esta semana. Amo unicórnio, pois me passa uma ideia de força e coragem. A oficina despertou em mim também o desejo de ter meu próprio atelier para produzir tudo que já sei fazer e ter uma renda com isso”, diz.
Também Davi Souza, 13 anos, já faz planos a partir dos novos aprendizados. “Eu já fiz as oficinas de teatro e de cinema e TV. Agora, faço as oficinas de dança, música, mosaico, teatro e circo. Aproveito tudo, pois está sendo maravilhoso. Não tínhamos nada aqui na região e para eu sair de Confins para fazer um curso destes era muito difícil. Agora tenho tudo bem perto da minha casa. Estou aprendendo muito e até na escola eu vejo resultado. Quando a professora da minha escola manda fazer redação, eu tenho mais imaginação para escrever. Também melhorou minha interpretação de textos, além de me sentir mais desinibido. Antes pensei em ser um tanto de profissão quando crescer – essas que todo mundo quer, como veterinário por exemplo- mas agora quero ser ator. Pretendo continuar , pois estou gostando muito”, reforça Davi Souza.
Maria Januária Malagoli, professora da oficina de cerâmica destaca a criatividade dos seus alunos. “São 15 pessoas, entre adolescentes, rapazes e senhoras. “Ensino várias técnicas de modelagem, mas a criação fica por conta de cada um(a). Interfiro o mínimo possível. Eles têm que ter liberdade de escolher o que querem fazer, mas direcionado com a técnica para que a peça se sustente na secagem. Às vezes, pensam que não são capazes e, quando começam a fazer, se surpreendem”, conta. Maria Januária torce para que continuem com a produção, quando acabar a formação. “Tento incentivar as donas de casa a fazerem esta oficina. Elas podem aprender e, com isso, ter uma renda, pois a matéria prima é barata e o processo só depende da vontade e criatividade de cada uma. É a possibilidade de um trabalho para o resto da vida”, afirma. Entre as donas de casa está Jacira Antônia de Oliveira, de 65 anos. “Estou amando aprender fazer cerâmica. Fiz a oficina de mosaico também e toda quarta-feira, à noite, faço oficina de dança. No lugar de ver televisão, que não gosto, venho para cá me divertir e aprender coisas boas. Com a dança, até emagreci. Este Casarão foi a melhor coisa que podia ter acontecido para nós aqui de Confins. Aprendo muito e fazer arte, ainda mais no meio de outras pessoas, é uma terapia. Quero fazer todas as oficinas que eu puder”, revela.
As oficinas se encerrarão em setembro e o resultado dessa formação feita durante o ano será apresentado, gratuitamente, em setembro na V Mostra de Arte - Cultura, Arte e Cidadania em Confins e região. Para o diretor da Associação Cultural Companhia Produz Ação Cênica, Carluty Ferreira, o Projeto já está mudando a realidade de muitas pessoas em Confins e isso é gratificante. “Estamos felizes e orgulhosos com este trabalho, pois muita gente nunca tinha feito uma oficina de arte ou artesanato em sua vida e agora vê como provável fonte de renda no futuro. O retorno que estamos tendo nos comprova que o acesso à arte e à cultura é essencial para uma vida melhor e mais feliz”.
As oficinas são realizadas na sede da Associação - Casarão Cultura, Arte e Cidadania (Av. Antônio José Gonçalves, 450, bairro Tavares, Confins).O espaço foi inaugurado em abril, no lançamento do projeto e visa ajudar a comunidade exercer sua cidadania - seja produzindo arte, fazendo cursos de formação profissional na área da cultura ou simplesmente assistindo as atrações que lá são sempre oferecidas.
Informações:
Carluty Ferreira: (31) 98626-6225 e 99655-6225
Cláudio Freitas: (31) 98579-4555
Assessoria de Imprensa: Nanci Alves (31) 99806-4027
História da Companhia
Cia Produz Ação Cênica é uma associação artística cultural e há 16 anos atua na formação, pesquisa e registro histórico, produção, montagem e circulação de atividades artísticas- artes cênicas, arte visual, artesanato, música, literatura, gestão cultural e cultura popular. Desde 2011, quando se instalou em Confins, vem produzindo e difundindo cultura neste município e região, com a proposta de atender a demanda local e preencher a lacuna por falta de equipamentos e ações culturais. Assim, vem oferecendo cursos de formação, oficinas, produção e apresentação de peças teatrais, produção de filmes e documentários sobre a cidade etc.
Além de fomentar a cultura, a Cia quer ajudar a comunidade também na área social, oferecendo cursos de formação e qualificação profissional (artistas e técnicos) para possibilitar a geração de renda. As ações são sempre gratuitas para a população, graças a parcerias e captação de recursos por meio das Leis de Incentivo e Fomento Cultural.
Entre as produções realizadas em Confins, a peça A Cidade e a Família (2013), em parceria com a Secretaria de Assistência Social; o vídeo documentário sobre a história de Confins; peças teatrais A Família de Tavares, Nós Somos Jovens e Alices; e o curta metragem Cidade das Memórias. Todas estas produções farão parte da abertura de lançamento deste projeto.