A sete meses da data reservada para o carnaval, a incerteza dá o tom no mundo do samba devido a pandemia de coronavírus e a festa do Rei Momo está realmente ameaçada. Depois das declarações do prefeito de Salvador, ACM Neto, que revelou que se não houver um plano de imunização coletiva contra a Covid-19, até o mês de novembro, o carnaval poderá ser adiado na capital baiana. Agora, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) informa que a definição dos desfiles para o próximo ano segue indefinida.
Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Vila Isabel, Beija-Flor e São Clemente comunicaram que só desfilarão em 2021 se a vacina contra a doença estiver disponível para garantir a segurança de todos.
Segundo as escolas, a decisão final sobre as apresentações só deve ser definida em setembro.
Em coletiva de imprensa, Jorge Castanheira, presidente da Liesa, diz que só imagina o desfile com uma vacina.
“Não conseguindo uma vacina ou plano de atuação que garanta a segurança para todos até meados de setembro, será difícil apresentar no molde atual. Depois disso pode ser que fique inviável apresentar o carnaval da forma que é conhecido hoje. Na condição de hoje é eticamente improvável ter o desfile”, afirma.
Responsável por um dos maiores camarotes do Rio de Janeiro, o Camarote Nº1, que só em 2020 recebeu mais de 2.500 pessoas por dia, a Holding Clube ressalta que a história do Carnaval e da empresa se misturam e que são otimistas por natureza.
“São 30 anos juntos na Sapucaí. Estamos trabalhando com todo planejamento e estratégia para entregar mais um ano do inesquecível do Camarote Nº1. Torcemos para que o Carnaval aconteça em Fevereiro, mas, caso isso não seja possível, estaremos prontos para realizá-lo da melhor maneira quando for seguro para toda a população. Além disso, entendemos que qualquer evento pós pandemia precisará acontecer fisicamente, mas com muitas experiências digitais. Apesar de todas as dificuldades pós Covid-19, estamos animados para tornar esse momento, seja lá qual for ele, inesquecível”, comenta Ju Ferraz, diretora comercial da Holding Clube.
Os blocos de rua, que ganhavam cada vez mais força pelas cidades do país, também vivem uma realidade incerta, já que criam uma grande aglomeração. Vale lembrar que em 2020, o Carnaval na capital paulista bateu recorde com o desfile de 865 blocos e movimentou mais de R$ 2,6 bilhões.