Forró é coisa séria em Belo Horizonte. Na cidade, a manifestação cultural, surgida em Pernambuco e bastante disseminada no Nordeste brasileiro, tem também um público cativo, com direito a programação fixa em diversas casas, com shows e espaços para dançar que vão da área central até as regiões periféricas.
Naturalmente, cada vez mais afeita ao “forrobodó”, BH não poderia deixar passar em branco o Dia Nacional do Forró, celebrado nesta sexta-feira (13), em homenagem ao aniversário de Luiz Gonzaga, o grande rei do baião – um dos gêneros musicais que o forró abarca. Na data, entra em cena o grupo mineiro Forrofônico, que realiza um show com releituras de grandes clássicos do estilo, em uma proposta que une o popular e o erudito.
Idealizador do projeto, o violeiro Aristóteles Medeiros lembra que o grupo criado em 2019 com a intenção de formar um grupo de música brasileira dançante, introduzindo instrumentos de orquestra ao trio tradicional de forró. “Alguns dos integrantes são da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais”, explica. Logo de partida, porém, o dois pra lá, dois pra cá foi atravessado pela pandemia da Covid-19, interrompendo as apresentações. “Agora, estamos retornando com a mesma proposta: fazer o público dançar e apreciar um dos estilos musicais mais importantes da nossa cultura”, resume.
Para a retomada do projeto, um repertório cuidadosamente pensado. “A gente vai apresentar muitos clássicos do forró, que ganharam uma nova roupagem com os arranjos de Fred Natalino, sem, no entanto, alterar a forma e a estrutura das músicas”, comenta Medeiros, sublinhando que o arranjador é o principal responsável pela inserção das cordas, como violino, violoncelo, contrabaixo e viola, no universo dos ritmos nordestinos como o baião, o xaxado, o xote, o frevo e outros.
Entram na roda, canções consagradas como “Asa Branca” e “Assum Preto”, composições de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e “Feira de Mangaio”, música do Sivuca eternizada na voz da mineira Clara Nunes. O tempero mineiro, aliás, fica ainda mais acentuado com “Morena Bonita”, de Toninho Horta, e “Baião Barroco”, de Juarez Moreira. Outros hits interpretados pelos artistas são “Xote da Alegria”, do Falamansa, e “Cajuína”, de Caetano Veloso.