Diagnosticada com síndrome de burnout em outubro do ano passado, a jornalista Izabella Camargo, que trabalhava na Globo, após ser afastada da emissora para que tratasse a doença foi demitida mas, pode estar prestes à retornar ao quando de funcionários.
Assim decidiu o juiz do trabalho José Aguiar Linhares Lima Neto, da 24° Vara do Trabalho, segundo a VEJA. A notificação chegou pelas mãos de um oficial no começo da tarde desta quinta-feira ao prédio da Globo em São Paulo (SP).
Segundo a notícia “para o juiz do trabalho José Aguiar Linhares Lima Neto, da 24° Vara do Trabalho, a OMS (organização Mundial de Saúde) considera a síndrome como doença relacionada ao trabalho, sendo a demissão nula porque ocorrida no período de estabilidade. Ela não poderá trabalhar no período da madrugada, para evitar o agravamento do problema”, cita a decisão.
ENTENDA O CASO
Em entrevista a jornalista falou sobre a doença e confirmou que chegou a ter uma crise durante uma transmissão ao vivo. "Eu não lembrava qual era a capital do Paraná", afirmou ela durante a entrevista. A espécie de "apagão", um dos sintomas mais evidentes da Síndrome de Burnout, e que com o agravamento aconteceu durante o jornal Em Ponto, da GloboNews. "A minha sensação era de profundo vazio. A minha vontade era de sair correndo, vomitar e pedir socorro", lembrou na entrevista.
Com a recorrência das crises e o agravamento, Izabella tirou licença para se submeter ao tratamento mas ao retornar a jornalista foi demitida. Em entrevista na época, a jornalista falou sobre o assunto, como um verdadeiro baque. “Foi o momento mais violento da minha vida. Eu me senti pior do que quando fui assaltada na porta de casa”, disse. “O pior dia da minha vida foi voltar e ouvir da minha chefe que eu não servia mais”, completou.
Izabella foi apresentadora da previsão do tempo dos telejornais Hora 1 e Bom Dia, Brasil, que vão ao ar respectivamente de madrugada e pela manhã, durante seis anos.
Trabalhar longas horas, responder Whatsapps até tarde... Demandas como essas podem culminar no esgotamento nervoso relacionado à vida profissional. “A Síndrome de Burnout é um processo que se inicia com a tensão no trabalho, podendo levar a uma condição crônica de estresse e ao esgotamento físico e mental”, explica Cristiane Pertusi, Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano e Coaching de Carreira.
Se não for diagnosticada corretamente, segundo ela, pode ser confundida com doenças como a depressão. “As reações acontecem quando as demandas são maiores do que o sujeito suporta”, informa Leonard F. Verea, psiquiatra especializado em Medicina