Um dos maiores ícones de beleza do país, Martha Rocha, eleita a primeira Miss Brasil, em 1954, morreu aos 87 anos de insuficiência respiratória seguida por um infarto no último sábado (5), na Casa de Repouso Carol Caminha, em Niterói (RJ), onde atualmente vivia.
O corpo da ex-modelo, que sofria de efisema pulmonar, foi enterrado na tarde deste domingo (5), no Cemitério do Santíssimo Sacramento, na região metropolitana do Rio. Martha deixa três filhos: Álvaro e Carlos do seu relacionamento com o banqueiro português Álvaro Piano, que morreu em um desastre de avião e Cláudia Xavier de Lima do seu casamento com Ronaldo Xavier de Lima.
Apesar de todos os convites que recebeu para ser atriz, cantora ou uma personalidade da chamada alta sociedade e de frequentar esse ambiente, Rocha sempre soube preservar o lado da família, de mãe e esposa.
“Ela sempre foi uma boa mãe para a gente. A lembrança que tenho é de uma mãe que nos deu carinho e não como uma pessoa inacessível que nunca está presente. Ela sabia chegar em um equilíbrio com a vida social e com os convites. Para mim é até inconcebível vê-la como mito de beleza. Ela era a nossa mãe”, declarou Álvaro.
Em entrevista o filho contou das lembranças que ficarão da mãe.
“Fica na memória uma pessoa que, apesar da fama toda, ela era super simples, brincalhona, moleca. Adorava natureza, planta e os animais, amiga de todos."
Carreira e história
Eleita Miss Brasil aos 18 anos, Martha Rocha marcou a história do concurso. O evento aconteceu no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, na região serrana do Rio. Em seguida, disputou o prêmio de Miss Universo e conseguiu a segunda colocação na disputa.
Quando ela chegou aos Estados Unidos para competir pela coroa de Miss Universo, as pesquisas já a consideravam eleita, mas ela acabou ficando em segundo lugar, atrás da americana Miriam Stevenson. O motivo, dizem, seria que a brasileira tinha duas polegadas a mais nos quadris.
Existe uma lenda que diz que a história das duas polegadas foi uma invenção do jornalista João Martins, então da Revista 'O Cruzeiro'. A ideia seria consolar os brasileiros que criaram muitas expectativas de que a miss ganharia o título. A própria Martha autorizou a versão, conforme está em sua autobiografia.
Em 1995, teria perdido todo seu dinheiro para o seu ex-cunhado. Em 2019, ela postou em uma rede social:
"Em 1995, com a fuga de Jorge Piano com todo o meu dinheiro, superei meus problemas com suporte de meus dois filhos, duas amigas e o meu trabalho honrado, vendendo os quadros pintados por mim, e ganhando cachê para divulgar o concurso Miss Brasil", contou.
Também pelas redes sociais, Martha disse que, por questões financeiras, estava vivendo num lar de idosos em Volta Redonda, no Sul Fluminense, e passou a se dedicar à pintura.