Morreu nesta quinta-feira, 16, aos 75 anos, a fotógrafa Vania Toledo. Segundo sua irmã, Maria Goretti, ela estava internada na Santa Casa de São Paulo e teve complicações provenientes de infecção urinária, que levou uma septicemia e arritmia cardíaca. A intenção da família é que o corpo seja cremado, mas ainda não há confirmação.
Muitas das imagens da área cultural ao longo do tempo foram captadas pelas lentes da mineira Vania Toledo. Nascida em Paracatu, em 1945, chegou a São Paulo em 1961, e foi estudar Ciências Sociais na USP. Autodidata, começou na área da fotografia ainda de forma amadora e ficou conhecida por registrar cenários da noite paulista e corpos nus.
Trabalhou para diversos órgãos de imprensa do Brasil como a editora abril e também do exterior, como Vogue, Interview, Claudia, Veja, IstoÉ, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Time, e Life. Em 1981, abriu seu estúdio. Sempre ligada às artes, foi responsável pela produção de capas de livros, discos, além de calendários. Logo no início de sua trajetória, em 1980, revelou-se uma profissional ousada, fazendo as imagens para o livros com nus masculinos e, em 1992, vieram os nus femininos, com atrizes revelando suas fantasias, com a qual foi premiada e ganhou exposição.
Em "Homens", lançado em 1980, Caetano Veloso e Ney Matogrosso foram alguns dos nomes que tiraram a roupa diante de sua câmera.
Ela registrou com sua câmera desde a passagem do autor espanhol Fernando Arrabal pela cidade na época da montagem de Cemitério de Automóveis (1968) até hoje (a última foi o musical Tom e Vinicius em 2008), passando por importantes encenações como O Balcão (1969), Macunaíma (1978), Hair (1968), Fala baixo senão eu grito (1969), O Mistério de Irmã Vap (1988) e A vida é sonho (1991), entre muitas outras.
Vania publicou quatro livros e realizou uma série de exposições.