G1
Mais de três décadas se passaram desde que o músico e engenheiro de som Carlos Roberto de Oliveira Freitas, de 73 anos, morador de Curitiba, compôs a conhecida música das ligações a cobrar. Menos tocada atualmente, amigos não o deixam esquecer da criação.
E quem não lembra da famosa frase, após a música, "Diga o seu nome e a cidade de onde está falando”?
Em 1987, Carlos Roberto compôs a música a pedido de um amigo e pianista que comandava a área de marketing da Telepar - empresa de telecomunicações do Paraná até 1998. Freitas, que é baterista, criou três opções de "musiquinhas" em um sintetizador.
Ele conta que foi descobrir que a música era tocada Brasil afora em 1990, ao receber uma ligação a cobrar do Maranhão. Foi quando o compositor também soube da letra mais difundida para a música: "Tem um pobre ligando pra mim".
"Hoje com o celular e sem tantos orelhões mudou muito. Mas em 1990 tive acesso a um relatório que dizia que a média diária de ligações a cobrar era de 50 milhões", afirma.
A advogada que defende Freitas afirma que um processo contra empresas de telefonia tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, aguarda julgamento de recurso.
Carreira na Música
Enquanto não recebe o dinheiro que poderia garantir a aposentadoria, o músico continua com o trabalho em estúdio na capital paranaense.
Nascido em Porto Amazonas, nos Campos Gerais do Paraná, Freitas guarda no currículo participações como técnico em gravações históricas, como a do penúltimo disco do cantor e compositor Taiguara, "Canções sobre amor e liberdade", em 1983.
Inventivo e de ouvido genial, como definem pessoas próximas, Carlos de Freitas já perdeu as contas de quantos discos gravou . "Da Camerata Antiqua de Curitiba foram mais de 30 discos. Vinham artistas de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Sul gravar em Curitiba", relembra.
Os palcos também foram muito frequentados por ele, que foi baterista das bandas de baile curitibanas Carcarás, Aquarius Band e Sanjazz, inclusive abrindo shows do rei Roberto Carlos no Paraná e em Santa Catarina, nos anos 1970.