O ano de 1989 teve marcos importantes não só para o mundo (foi quando o muro de Berlim caiu), mas também para o Brasil.
Após a ditadura militar, o brasileiro finalmente pôde escolher o seu presidente, 29 anos depois da última eleição presidencial. A internet ainda engatinhava, o celular só chegaria no ano seguinte. Em agosto, já com a discussão política acirrada, Tieta começava no horário nobre da Globo.
"Tieta" foi um grito de liberdade dentro e fora de cena: na trama, com uma protagonista que lutou sozinha por sua independência; e fora dela, como a primeira novela escrita após o fim da censura imposta pela ditadura militar no Brasil (1964 -1985). Sucesso na TV Globo em 1989, a histórica trama está de volta ao entrar na programação do Globoplay.
Tieta foi baseada em um livro de Jorge Amado, com adaptação de Aguinaldo Silva, que também tinha mágoas desse tão difícil e repressor passado recente. Tudo se passava numa cidadezinha no Nordeste. Na época, era todo um país que se deliciava junto, com cada capítulo.
Tieta era interpretada por Betty Faria, que voltava rica e triunfante para sua cidade natal, 20 anos depois de ter sido expulsa pelo pai. A irmã dela era Perpétua, sua grande inimiga, personagem magistral de Joana Fomm, que encarnava uma religiosidade fanática e mesquinha. A música da Tieta era cantada por Fafá de Belém, que já coloriu com sua voz mais de 50 novelas.
“Essa reprise de Tieta parece que vem como um alento, porque ela tem alegria, reflexão, tem atualidade. A Tieta é um personagem que simboliza que só o amor constrói e é um personagem que bota abaixo todos os preconceitos, a hipocrisia, o falso moralismo, as diferenças de cor, de raça, de gênero, de sexo”, diz a atriz Betty Faria.
A trama conta com muito humor, temas atemporais, tilha sonora de invejar e um elenco de peso dos gloriosos e saudosos tempos da televisão brasileira.