Hoje quero falar de um assunto bem específico aqui da minha cidade: a implantação do Estacionamento Rotativo (Zona Azul) no trânsito de Araguari.
A cobrança do estacionamento rotativo começou a funcionar na nossa região central desde o dia 25 de setembro do corrente ano. Antes, desde o dia 31 de agosto, o sistema funcionava apenas de forma educativa.
Nesses quase um mês e meio de prática, já deu para perceber se a implantação do sistema foi positiva ou não.
Antes, porém, um adendo: a instalação da Zona Azul não é um “anseio dos araguarinos”, como dizem alguns políticos. Quem acompanha o noticiário local (rádios e jornais) sabe que não havia nenhum tipo de cobrança da população para esse tipo de serviço. Muito pelo contrário, sempre que se tentou implementá-lo, o povo foi contra, demovendo o Chefe do Executivo da ideia.
Mas apesar de ser mais uma tarifa para nós, reles-cidadãos-pagadores-de-impostos, pagarmos, confesso que a implantação da Zona Azul tem se mostrado bastante positiva até agora.
A minha crítica é quanto ao momento da sua instalação por aqui. A ideia é muito boa (e necessária!), mas não para agora. É bastante óbvio que a frota de veículos em nossa cidade ainda não atingiu um nível tal de superlotação que demandasse a implantação da Zona Azul, como é o caso da vizinha Uberlândia, por exemplo. Por isso é que eu acho que a prefeitura poderia muito bem ter protelado tal medida por mais alguns anos.
A minha sugestão, inclusive, era a de, antes de instalar a Zona Azul, que se promovesse o rodízio de veículos no centro da cidade. A prefeitura delimitaria o perímetro a ser respeitado e nessa área só poderia estacionar veículos com certos finais de placa, em cada dia da semana. Por exemplo, na segunda-feira, apenas veículos com final 0 e 1; na terça, 2 e 3; na quarta, 4 e 5; na quinta, 6 e 7 e na sexta, 8 e 9. Sábados, domingos e feriados o estacionamento seria liberado. Tudo isso, evidentemente, sem a cobrança de tarifas dos usuários, mas com a fiscalização da Secretaria de Trânsito, a SETTRANS, para a aplicação de sanções aos infratores.
Quando o sistema de rodízio já não se mostrasse mais eficiente, aí, sim, poríamos a Zona Azul para funcionar, concomitantemente àquele ou não, conforme a nossa necessidade.
Mas, enfim, fato é que a Zona Azul já foi instalada e está funcionando a todo vapor e, ao meu ver, está cumprindo satisfatoriamente a sua finalidade em relação à mobilidade urbana enquanto gestora do sistema de estacionamento público rotativo no centro da cidade.
Eu, que trabalho no centro da cidade há mais de onze anos, sou a prova viva de que grande parte das vagas no trânsito eram utilizadas pelos próprios proprietários e/ou funcionários dos estabelecimentos comerciais ali da região.
Na Virgílio de Melo Franco, por exemplo, no trecho que fica entre a Rua Rio Branco e a Av. Teodolino Pereira de Araújo, depois do meio-dia era um sufoco para estacionar. Sempre lotado. Depois da Zona Azul, todo dia ficam horas sem nenhum veículo estacionado por lá. Já do outro lado da avenida, na mesma Virgílio de Melo Franco, onde não há a cobrança da tarifa, a disputa por vagas é ferrenha.
Portanto, é público e notório que, desde o dia 25 de setembro de 2017, houve um esvaziamento massivo de veículos estacionados no centro da cidade.
Essa redução no tráfego acarretou, por conseguinte, uma sensível diminuição no barulho produzido pelos veículos automotores, o que é ótimo para uma região que abriga a Biblioteca Pública Municipal, cujo silêncio é fundamental.
Tal diminuição contribui também para a redução na emissão de poluição e no calor gerado pelos veículos.
E, querendo ou não, a Zona Azul, acabou promovendo inclusive uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores do centro da cidade, pois a maioria tem estacionado fora da área de cobrança e ido a pé trabalhar, uma caminhada que antes eles não faziam por mero comodismo.
Além de tudo isso, é claro, a implantação da Zona Azul gerou localmente milhares de empregos diretos e indiretos, e ainda será fonte de receita para a prefeitura municipal de Araguari por, pelo menos, 15 anos, que é o tempo de concessão do serviço à Empresa EXP Parking, cujo investimento foi na ordem dos R$ 62 milhões.
A tarifa é de R$ 2,00 por hora, com limite de tempo de permanência de duas horas.
Isso mesmo. Depois de duas horas, o motorista tem que ir lá e retirar o veículo, nem que seja para estacionar na vaga imediatamente à frente ou atrás de onde está. Não adianta querer deixar o veículo o dia todo no mesmo lugar, a pretexto de que irá pagar por isso, pois é ilegal (sujeito à guincho).
Além disso, há um limite de tolerância de 10 minutos sem que seja cobrada a tarifa. Um tempo bastante razoável para quem precisa realizar qualquer atividade rápida na região central.
Existem várias opções para efetuar o pagamento da tarifa e utilizar o serviço, como através do aplicativo mobile (Exp Smart Parking), que podemos baixar gratuitamente na internet (Google Play ou App Store), ou com os monitores (agentes) nas ruas, ou através do cartão que armazena créditos pré-pagos (TAG EXP). Os créditos podem ser adquiridos nos pontos de vendas ou pelo site da empresa.
Mais detalhes sobre o serviço, como gratuidades e fracionamento, no site da EXP Parking, em:< http://expparking.com.br/araguari-mg/>
Avante!