Assistentes sociais de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro se reuniram com dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol para apresentar panorama sobre o serviço social no futebol brasileiro e debater soluções para os problemas atuais encontrados por eles. O encontro realizado na tarde desta segunda-feira (30), na sede da entidade, ampliou o olhar a respeito dos pilares do trabalho social nos clubes: a educação, a família, a saúde, o alojamento e a cultura e lazer.
De maneira objetiva, os 11 assistentes sociais presentes explanaram sobre a realidade da função na estrutura do futebol. Segundo o grupo, apenas 42 clubes e uma federação estadual (a Pernambucana) possuem esse profissional em seu quadro de funcionários, sendo 23 clubes na região Sudeste, 11 na Sul, 7 no Nordeste, um no Centro Oeste e nenhum na região Norte. Ricardo Bretas, consultor da empresa de auditoria EY, responsável pela restruturação de governança e de implementação do projeto de compliance na CBF, resumiu o objetivo do encontro:
– Essa reunião serve para conscientizar os presidentes de clubes sobre a importância do trabalho dos assistentes sociais e propor uma agenda de melhorias nas áreas sociais dos clubes de futebol.
De acordo com o grupo de profissionais da área social, o debate sobre a defesa do acesso à educação e a permanência na rotina escolar é o mais urgente. Secretário-geral da CBF e responsável pela implementação do projeto CBF Social, Walter Feldman, indagou os participantes sobre a questão. Para o dirigente, os assistentes sociais precisam buscar, juntos, um caminho para solucionar a má-formação educacional causada pela rotina específica do futebol.
– De maneira geral, os clubes estão caminhando para entender a importância da educação na formação de seus atletas, mas seria uma audácia dizer que todos estão convencidos disso – apontou Fernando Fernandes, assistente social do Santos Futebol Clube.
Empenhado em resolver o problema, o grupo definiu os próximos passos no caminho de proposições em parceria com a CBF. A criação de uma Comissão Nacional dos Assistentes Sociais é o primeiro deles. Em seguida, a realização de uma pesquisa ampla para mapear a situação da área social dentro dos clubes brasileiros. Uma nova etapa seria a inclusão de instrumentos que garantam, em regulamento e legislação, a exigência de profissionais dentro dos clubes e até mesmo novos ordenamentos a respeito da fiscalização do Ministério Público do Trabalho.
– É uma preocupação da CBF garantir que os atletas recebam todo o aparato necessário para a sua melhor formação em todas as áreas do escopo social. Está mais que comprovado que a educação pode melhorar até mesmo a performance do atleta – concluiu Feldman.
Além do secretário-geral da CBF, participaram da reunião o diretor de Governança e Conformidade, André Megale; o diretor de Registro e Transferência, Reynaldo Buzzoni; o gerente de Desenvolvimento Técnico, Responsabilidade Social e Sustentabilidade da CBF, Diogo Netto; e os assistentes sociais Débora Menezes e Lucilene Dias, do Fluminense; Heloísa Verçosa, do Cruzeiro; Gabriela Maia, do Flamengo; Iara Costa, do Vasco; Fernando Fernandes, do Santos; Rodrigo Mergulhão, do Palmeiras; Angelita Costa, do Avaí; Regiane Ferreira, do Corinthians; Maristela Eleutério, do Botafogo; além das consultoras em serviço social, Thaís Toledo e Regina Diba, que prestam serviço a clubes brasileiros.