Por um momento, o caminho se mostrou aberto. Diante de seu maior rival na atualidade, o Brasil desfilou talento e força em Rimini. Do outro lado, porém, os Estados Unidos voltaram a se firmar como um dos favoritos para as Olimpíadas. Em um jogaço, a seleção de José Roberto Guimarães lutou, mas não conseguiu superar as americanas na final da Liga das Nações: 3 sets a 1, parciais 26/28, 25/23, 25/23 e 25/21.
É o terceiro título dos Estados Unidos na Liga das Nações: venceu, também, em 2018 e 2019. A seleção, então, segue na fila em busca de seu primeiro troféu na competição. Ainda que tenha de se contentar com o vice, porém, o Brasil deixa a Itália com a sensação de estar dando os passos certos rumo a Tóquio.
Resumo do jogo
Foi, acima de tudo, um jogaço. Dos dois lados. Ainda que tenha errado mais do que o permitido em uma final desse nível, o Brasil mostrou força diante de um rival em um estágio mais avançado na preparação rumo a Tóquio. No primeiro set, quase perfeito, largou na frente. Teve boas chances nas parciais seguintes, mas vacilou em momentos decisivos. Apesar do vice, fica a impressão de que a seleção deu largos passos na construção do time para as Olimpíadas.
Gabi deixou a quadra com 18 pontos. Logo atrás, Tandara e Carol fecharam com 17, enquanto Carol Gattaz marcou 12. Do outro lado, Bartsch-Hackley, MVP da competição, marcou 22. O Brasil, porém, se perdeu em erros. Apesar de ter a vantagem em mãos em vários momentos da partida, viu a vitória escapar em pontos de graça para os rivais: foram 19 no total.
1° set - Brasil larga na frente com toque de Zé Roberto
O início não foi dos melhores. Os Estados Unidos abriram a conta com 3/0, sem muitos problemas. Carol, com um bloqueio, tirou o zero do placar e colocou o Brasil no jogo. Na primeira parada técnica, as americanas seguiram a vantagem, com 8/6. Mas foi por pouco tempo. A seleção cresceu e chegou ao empate com Tandara. Logo depois, tomou a frente com um ataque de Fernanda Garay, abrindo 10/9. O Brasil conseguiu ampliar a vantagem. Gabi atacou no fundo e deixou a seleção com 16/13 antes da segunda parada técnica.
Na volta, Garay soltou o braço e ampliou ainda mais a diferença. Karch Kiraly, então, parou o jogo. Um ace de Bartsch-Hackley e uma falha de comunicação entre Macris e Carol fizeram que a vantagem brasileira caísse para apenas um ponto (19/18). Larson deixou tudo igual logo depois. Gabi fez com que o Brasil tivesse um set point, mas a seleção viu os Estados Unidos virarem na reta final. Um bloqueio de Akinradewo sobre Garay chegou a dar o set para as americanas. Zé, porém, flagrou um toque na rede da central e evitou o fim da parcial. Tandara parou Thompson na rede e devolveu a vantagem para o lado brasileiro. Um belo saque de Macris, uma falha na recepção americana e um ataque para fora de Bartsch-Hackley. Pronto. No roteiro final do set, a vantagem brasileira na partida: 28/26.
2° set - Brasil vacila no fim, e EUA empatam
O Brasil manteve o ritmo na volta à quadra. No primeiro ponto, depois de Gabi salvar uma bola perdida com o pé, Thompson mandou para fora e abriu a conta a favor da seleção. Os Estados Unidos até sentiram em um primeiro momento, mas tomaram a dianteira no placar depois de dois erros seguidos das brasileiras, com 6/4 no placar. Mas, assim como no primeiro set, o Brasil buscou. Em um ataque para fora de Drews, a seleção tomou a frente em 14/13.
No segundo tempo técnico, depois de mais um erro de Drews, o Brasil manteve a vantagem em 16/14. Só que os Estados Unidos não deixaram as brasileiras desgrudarem no placar. Em uma invasão de Tandara na linha de três, as americanas viraram em 21/20, e Zé Roberto parou. As americanas ampliaram, mas o Brasil foi buscar. Um ataque de Gabi deixou tudo igual, em 22/22, e foi a vez de Kiraly pedir tempo. Um breve descuido fez com que as americanas voltassem a abrir e fechassem a parcial em 25/23.
3° set - Brasil mostra força, mas EUA viram no fim
Thompson, bola de segurança das americanas, abriu a conta no terceiro set. Mas o Brasil não demorou a mostrar que não sentira o golpe. Garay, em uma pancada, fez 4/2. Era, acima de tudo, um belo jogo dos dois lados. Os Estados Unidos empataram, mas a seleção chegou à primeira parada técnica com 8/6, depois de pontos de Natália e Carol. Na volta, em um bloqueio simples, Gabi ampliou a vantagem.
Mas nenhuma vantagem era tão sólida assim. Os Estados Unidos voltaram a buscar e passaram à frente depois de um ataque de Gabi para fora: 14/13. Os times passaram a trocar pontos, de um lado e do outro. Foi a senha para uma reta final dramática. A seleção chegou a ter a vantagem, mas os Estados Unidos viraram depois de um bloqueio sobre Gabi, em 23/22. Mais tarde, fecharam a conta em 25/23 e tomaram a vantagem.
4° set - Brasil permite a virada e fica com o vice
Na volta à quadra, o Brasil acelerou. Abriu 4/0 logo de cara, assustando Kiraly, que parou o jogo. As americanas até tentaram reagir, mas viram a seleção chegar à primeira parada técnica com 8/4 no placar. Mas, adivinha?, os Estados Unidos foram atrás. Depois de dois erros em sequência de Tandara, a diferença caiu para apenas um ponto.
Mais um rali e mais uma boa vantagem para o Brasil logo depois. Natália, com uma pancada, fez o Brasil chegar a 13/10 na conta. Mas os Estados Unidos, mais uma vez, foram atrás. Chegaram à virada depois de um bloqueio sobre Carol. Na sequência, abriram 19/17. Zé Roberto mexeu e mandou Rosamaria à quadra, em uma troca simples com Tandara. Um bloqueio de Carol sobre Larson fez o Brasil sonhar. Mas foi o paredão construído pelas americanas junto à rede que sacramentou a queda brasileira. Os ataques já entraram mais, e os EUA fecharam a partida em 25/21.