A enciclopédia Galo Digital, acervo oficial do Centro Atleticano de Memória, aponta que 1.051 jogadores atuaram pelo time principal do Atlético desde 1908, ano de sua inauguração. Desse modo, torna-se difícil cravar qual seria a mais importante geração ou o principal ídolo da história do clube. Afinal, essas escolhas, geralmente, são feitas com base na subjetividade. Há, porém, um seleto grupo prestes a se tornar aquele que foi ‘campeão de tudo’ pelo Alvinegro e alcançar a ‘glória eterna’ no clube.
Liderada pelo atacante Hulk, a geração formada a partir da temporada 2020/2021 será a única a ter conquistado todos os títulos possíveis até então, caso levante a segunda taça do clube na Copa Libertadores, em 30 de novembro, contra o Botafogo, no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. A façanha tem tudo para colocar o grupo no panteão alvinegro .
“Esses recortes são sempre polêmicos e não dá para fazer sem um olhar histórico. Mas, sem dúvidas, do ponto de vista de conquistas, essa geração pode, sim, ser considerada a mais vitoriosa da história do Atlético. Agora, não me arrisco a dizer que o time atual seria melhor do que o de 2013 ou o dos anos 1970/1980. É, sem dúvida, o mais eficaz, mas cada período precisa de uma leitura específica de seu tempo”, analisa Eduardo Murta, jornalista e escritor.
Murta é autor dos livros “Galo – Uma Paixão Centenária” (2007) e “Os Dez Mais do Atlético Mineiro” (2012). Além disso, atleticano e conhecedor das história do clube. Por isso, resgata outros esquadrões que estão para sempre nas mentes e corações alvinegros.
“Há outros marcos, seja o título brasileiro de 1937, a geração de Campeões do Gelo e penta mineira do início dos anos 1950, o time operário, que superou timaços no Brasileirão de 1971, o esquadrão de Cerezo e Reinaldo, que encantou da metade dos anos 1970 ao começo dos 1980, mesmo sem títulos nacionais ou internacionais. E mesmo os campeões da Libertadores de 2013”.
“De qualquer forma, vendo pela perspectiva de títulos expressivos, é inegável que a possibilidade de conquistar o bi da Libertadores deixa o grupo formado a partir de 2020/21 como uma geração ímpar”, completa Murta.
O jornalista aponta, ainda, que os resultados colhidos pelo Galo agora são resultados da polícia implantada no clube. “É um processo de construção que, ainda que com diretorias distintas, muda de patamar a partir de 2012 com a chegada de Ronaldinho Gaúcho”, destaca.
Maior ídolo da história do clube?
Em 2021, Hulk e seus companheiros foram campeões do Mineiro, da Copa do Brasil e do Brasileiro. Desde então, tornou-se líder e referência do time e já tem lugar especial na galeria de ídolos da torcida do Atlético. “Enquanto puder, vou fazer história aqui. Títulos são para a vida inteira e tenho conseguido conquistas importantes. Estou tendo a oportunidade de escrever meu nome na história”, avalia.
Em cada período da história há um jogador que encanta o imaginário do torcedor. Atualmente, Hulk já teria atingido o status de craque máximo do Atlético? “Inegavelmente, ele já entrou para a galeria dos maiores ídolos”, responde Eduardo Murta.
Contudo, o jornalista coloca outras lendas acima do atual camisa 7. “Em comoção, acho difícil superar o Reinaldo, um gênio, cuja idolatria era insana. Em termos de catarse coletiva, seria superado também por Ronaldinho Gaúcho. Mas, certamente, viria perto dessa dupla. E, claro, daria para citar figuras como Dario, Ubaldo, Guará, Mário de Castro, sempre com a lupa histórica, cada um simbolizando seu tempo”, aponta Murta.
Fonte: https://www.otempo.com.br