Hora Minas
O chefe da Olimpíada Tóquio 2020, Yoshiro Mori, renunciou nesta sexta-feira (12) e voltou a pedir desculpas por comentários sexistas que desencadearam uma revolta global, obrigando o evento já conturbado a procurar um novo líder a cinco meses da cerimônia de abertura.
A renúncia do ex-primeiro-ministro de 83 anos minará ainda mais a confiança na capacidade dos organizadores de realizar os Jogos de Verão, adiados em um ano, durante a pandemia de coronavírus.
Um comitê de seleção composto por um número igual de homens e mulheres, e centrado em atletas, escolherá um novo presidente, disse o executivo-chefe da Tóquio 2020, Toshiro Muto, em uma coletiva de imprensa após uma reunião de uma comissão de conselheiros.
Ele não disse quando a decisão será tomada, mas que isso tem que acontecer rapidamente e que o candidato deve ter experiência olímpica e entender coisas como diversidade e inclusão.
Entre os candidatos possíveis está a ministra da Olimpíada, Seiko Hashimoto, noticiou a mídia.
Hashimoto, de 56 anos, participou de sete Olimpíadas e é uma parlamentar pioneira. Seu primeiro nome se baseias nas palavras japonesas para 'chama olímpica' e ela nasceu pouco dias antes do início da Olimpíada de Tóquio de 1964.
Mori causou furor quando disse que as mulheres falam demais durante uma reunião do comitê olímpico japonês neste mês, provocando um coro de pedidos de demissão. Inicialmente, ele se recusou a renunciar.
"Meus comentários impróprios causaram muito problema. Peço desculpas", disse Mori no início de uma reunião de autoridades graduadas do comitê organizador nesta sexta-feira (12), acrescentando que o mais importante é a Olimpíada de Tóquio ser um sucesso.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse estar "comprometido como sempre" com a realização dos Jogos, que devem começar em 23 de julho.
"O COI continuará a trabalhar de perto com seu sucessor para realizar os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020 com segurança e proteção em 2021", disse o presidente da entidade, Thomas Bach, em um comunicado.
Ontem (11), Mori pediu ao prefeito da Vila Olímpica, Saburo Kawabuchi, de 84 anos, que assumisse o cargo, mas nesta sexta-feira (12) a mídia noticiou que ele recusou o posto em meio à consternação pública com o fato de o possível sucessor ser mais um idoso.