O Instituto Estadual de Florestas (IEF) está qualificando produtores rurais para fazer o reflorestamento de áreas degradadas na Bacia do Rio Paraíba do Sul. A próxima reunião de divulgação do projeto acontece entre os dias 19 e 21 de setembro nas cidades de Leopoldina, Ubá e Além Paraíba.
Apesar de o público-alvo ser de produtores rurais, serão convidados também a participar do curso gestores municipais, uma vez que estes atuarão com multiplicadores do que for aprendido no treinamento. Os trabalhos de campo acontecerão entre os dias 23 e 27 de outubro nas cidades de Guarani e Itamarati.
A iniciativa faz parte do projeto Recuperação e Proteção dos Serviços de Clima e Biodiversidade do Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira. Os recursos para a execução das ações foram captados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), junto ao Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF – Global Environment Facility), tendo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que é um dos administradores credenciados do GEF, como agência implementadora, e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), como órgão executor dos recursos.
O projeto busca recuperar e preservar serviços ecossistêmicos associados à biodiversidade e captura de carbono da floresta, em zonas prioritárias do Corredor Sudeste da Mata Atlântica brasileira, por meio de mecanismos de pagamento por serviços ambientais. Iniciado em 2016, o programa terá duração de cinco anos. Além de Minas Gerais, são parceiros no projeto os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Ação em Minas Gerais
Em Minas Gerais, o acordo envolve a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o IEF, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e a Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg).
O IEF coordena o projeto em Minas e conta com a parceria da Uemg. Os produtores interessados em participar da iniciativa receberão, ainda, mudas e material para cercamento das áreas para recuperação e também assistência técnica. O custo total do projeto está estimado em 200 milhões de dólares e a previsão é de recuperar cerca de mil hectares na Bacia do Paraíba do Sul.
A iniciativa utilizará uma abordagem de manejo florestal sustentável para produzir múltiplos benefícios, especialmente benefícios de captura e manutenção de estoques de carbono relacionados ao uso da terra e mudança do uso da terra, favorecendo e incentivando a silvicultura, e o incremento da biodiversidade.
Segundo o coordenador do projeto em Minas, o analista ambiental do IEF, Marcelo Massaharu Araki, o reflorestamento poderá ser feito associando espécies nativas e exóticas. “O novo Código Florestal brasileiro, publicado em 2012, agora permite que a recuperação das áreas degradadas possa ser feito com até 50% de espécies exóticas, e o IEF fomenta essa prática”, acrescentou.
O programa busca ainda somar esforços com os governos estaduais na gestão de unidades de conservação e incentivar os proprietários de terras privadas a fazer o manejo sustentável da paisagem, por meio da promoção de atividades de restauração ecológica de florestas nativas e favorecimento da regeneração natural.
O projeto foi dividido em três linhas de crédito e Minas atuará no âmbito do Componente 1 e 2, que receberá um total de 46 milhões de investimento. O primeiro atuará no “Fortalecimento da capacidade institucional para manejo e monitoramento dos estoques de carbono e da biodiversidade.” Essa linha apoiará a adoção de sistemas de monitoramento do uso e mudanças de uso da terra na Mata Atlântica, o desenvolvimento da pesquisa necessária para gerar modelos práticos de manejo de estoques de carbono, além de gerar uma base de dados que possa ser continuamente atualizada.
O segundo Componente no qual Minas irá atuar, tratará do “Aumento dos Estoques de Carbono nas Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul”. Ele abrange a recuperação de 1005 hectares em sistemas agroecológicos e sistemas agroflorestais na Bacia do Paraíba do Sul.