O presidente Jair Bolsonaro disse a jornalistas na madrugada desta sexta-feira (7), antes de deixar a Argentina, que é favorável a estudos para a eventual implementação de uma moeda única, no futuro, entre Brasil e Argentina —a possibilidade foi aventada na quinta-feira (6) em reunião com empresários. A moeda teria o nome de "peso real". "Houve um primeiro passo para o sonho de uma moeda única, como aconteceu com o euro lá atrás, pode acontecer o peso real aqui." Bolsonaro acrescentou que "já falei para vocês que a economia não é meu forte, mas nós acreditamos no feeling, na bagagem, no conhecimento e no patriotismo do Paulo Guedes". Indagado sobre se, com a moeda única, a Argentina ganharia e o Brasil teria de pagar um preço, o presidente disse: "Não há dúvida de que em todo casamento alguém perde alguma coisa e ganha outras. Eu sou pelo casamento. Eu sou pela família tradicional." "Será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6? Inflação voltando? Espero que não", escreveu o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em uma rede social nesta sexta. Bolsonaro voltou a dizer que não foi a Buenos Aires para falar de política local, mas voltou a fazê-lo, expressando seu desejo de que Macri vença as eleições de outubro: "O que nós queremos é que na América do Sul ninguém mais flerte com o socialismo, com o comunismo, como infelizmente aconteceu com a nossa querida Venezuela. Eu quero dizer ao povo argentino que Deus os ilumine para decidir nas eleições de outubro". Indagado sobre sua fala no dia anterior, propondo um encontro dos países da América do Sul com o presidente norte-americano Donald Trump, Bolsonaro disse que era "uma proposta embrionária. Nós vamos agora, via Itamaraty no Brasil, costurar isso aí. Essa possibilidade dos países aqui da América do Sul, alinhados com a centro-direita, conversarem com o Trump. Quem sabe a mesma agenda tratada comigo e ele nos EUA seja estendida agora para toda a América do Sul". O presidente também foi questionado sobre a decisão do Supremo que definiu que para vender estatais seria necessária a aprovação do Congresso Nacional. Bolsonaro disse: "As empresas mães, segundo o Supremo, passam pelo Parlamento. Não deixou de ser um avanço e digo parabéns para o Supremo Tribunal Federal que agiu com patriotismo, contrário a política anterior que havia no Brasil, nessas questões econômicas. O viés ideológico para se fazer negócios vai deixando de existir no Brasil". Bolsonaro contou que foi assistir um show de tango na noite de quinta (6) e que a primeira-dama adorou. Ele deixou o hotel Alvear, no bairro da Recoleta, por volta das 6h, rumo ao Rio de Janeiro.
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