O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quinta-feira (23), que o governo estuda a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança Pública mesmo contra a vontade do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que atualmente é o responsável pela área. "É comum (o governo) receber demanda de toda a sociedade. E ontem (quarta, 22) os secretários estaduais da segurança pública pediram para mim a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança. Isso é estudado.
É estudado com o Moro... Lógico que o Moro deve ser contra, mas é estudado com os demais ministros", disse Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada, antes de embarcar para a Índia. O presidente deixou claro que, caso decida recriar o ministério, Moro seguirá no comando da Justiça. Segundo ele, o convite para o ex-juiz federal integrar o governo, em 2018, foi feito antes de se pensar na ideia de formar um 'superministério' para ele - composto por Justiça e Segurança Pública. "Se for criado, aí o Moro fica na Justiça. É o que era inicialmente.
Tanto é que, quando ele foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir (a Justiça) com o Ministério da Segurança." Bolsonaro destacou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já indicou ser favorável à recriação da pasta. "O Rodrigo Maia é favorável à criação da Segurança. Acredito que a Comissão de Segurança Pública (da Câmara) também seja favorável.
Temos que ver como se comporta esse setor da sociedade para melhor decidir", declarou o presidente. Segundo aliados de Bolsonaro, o maior entrave para a retomada da pasta seria criar um desgaste público com Moro, o ministro mais popular do governo, acima até do próprio Bolsonaro. No ano passado, o presidente cogitou a recriação do Ministério da Segurança, mas enfrentou resistências justamente devido às críticas de que a medida poderia esvaziar a pasta de Moro.