Em 2024, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) foi colocado à prova pelos mais de 29 mil registros de incêndios em vegetação no contexto global das mudanças climáticas. Diante deste cenário, a corporação consolidou resultados parciais das ações de preservação e combate nas Unidades de Conservação (UCs).
Em que pese o ano recorde de atendimentos, as estatísticas revelaram uma redução de 20,3% de área queimada nas UCs e zonas de amortecimento. Os dados validam a eficiência da instalação das bases operacionais e a efetividade de investimentos do Governo de Minas na Força Tarefa Previncêndio (FTP).
A redução de área queimada nos perímetros de proteção integral é significativa, principalmente do ponto de vista de conservação do patrimônio natural, na medida em que o esforço de resposta conseguiu evitar a destruição de nascentes, áreas de vegetação primária, corredores de
biodiversidade, preservando um elevado número de espécies raras e a distribuição fitogeográfica que compõem as UCs.
O balanço parcial contempla dados até o dia 1/11, resultado da integração entre o CBMMG, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Instituto Estadual de Florestas, Polícia Militar, Polícia Civil, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, órgãos federais, brigadistas e voluntários.
Análise das principais ações
Para implementar o planejamento, o Governo de Minas investiu R$ 10 milhões que foram aplicados em ações de prevenção e resposta, com destaque para o uso de tecnologia da Sala de Coordenação Operacional, instalada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), onde foram utilizadas imagens de satélite para monitoramento dos pontos de calor, o que permitiu com que 72,65% dos focos de incêndio fossem combatidos em menos de 24h.
Outro importante passo neste contexto do investimento, foi a inserção de bases operacionais em Unidades de Conservação identificadas com maior registro de ocorrências. A instalação das bases compostas por bombeiros e brigadistas, de prontidão para prevenção e combate às chamas, viabilizou cerca de 60% de redução de área queimada, em pelo menos seis UCs. Cochá e Gibão, no Norte de Minas, com maior histórico de área queimada dos últimos 11 anos, obteve redução de 83%.
Visando o próximo ano, a corporação percebe a necessidade de reforçar as 28.585 vistorias e intensificar ações de incentivo aos municípios para criação de legislação que responsabilize os proprietários pela manutenção de seus terrenos. Estes incêndios influenciaram negativamente a APA Sul, que registrou um aumento de 3.421 hectares de área queimada nos municípios de cobertura.
A discussão ainda se amplia na necessidade de envolver empreendedores que ao construírem edificações vizinhas à vegetação, assumam a instalação de medidas contra o avanço das chamas para ambientes naturais e urbanos.
De olho na ação humana, o CBMMG apoiou nas investigações de incêndios criminosos, desenvolvido pela segurança pública de Minas. A recorrência dos crimes, a baixa precipitação, acompanhadas de ondas de calor, contribuíram para um cenário prejudicial à qualidade do ar nos centros urbanos, acendendo um alerta para ações integradas em prol da saúde pública.
Perspectivas para os próximos meses
Até o final de novembro, a corporação trabalha no desenvolvimento de um Report Final do Período de Estiagem, a ser divulgado no final do mês.
“Para 2025, os desafios apontam a necessidade de intensificar estratégicas com saldo positivo, sobretudo com o uso da tecnologia. Nesse sentido, a corporação já adquiriu licenças do software ArcGIS, aprimorando a capacidade de geoprocessamento das operações e estuda a implementação de novas Bases Operacionais em UCs ”, comentou o tenente-coronel Ivan Neto, coordenador de Meio Ambiente do CBMMG.
Entre as metas, o CBMMG prioriza a capacitação de brigadistas e voluntários, visando o aperfeiçoamento da interlocução com essas entidades, reconhecidas pelo importante serviço na preservação das UCs no estado.
Fonte:https://www.agenciaminas.mg.gov.br