A executiva do PSDB decidiu nesta quarta-feira (21) rejeitar dois pedidos de expulsão do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), em uma derrota para o governador de São Paulo, João Doria.
Ao todo, 35 tucanos participaram da reunião no diretório nacional do partido, em Brasília. Foram 30 votos a favor de Aécio, 4 contra e uma abstenção. Relator e aliado do mineiro, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou parecer contrário à admissibilidade das representações. A maioria da executiva acompanhou o entendimento, travando a possibilidade de os casos avançarem para o Conselho de Ética do partido.
De última hora, Sabino mudou seu relatório e decidiu rejeitar, de uma só vez, dois pedidos: o do diretório municipal e o do estadual de São Paulo. A princípio, só a representação da capital paulista seria analisada. A reunião da executiva chegou a ser interrompida para que ele pudesse refazer seu parecer. A ofensiva contra o deputado mineiro foi patrocinada por Doria. O tucano, que trabalha para ser candidato à Presidência em 2022 e hoje é tido como o principal líder nacional do PSDB, afirmou nesta terça-feira (20) que o correligionário deveria fazer sua defesa fora do partido.
"A meu ver, o deputado Aécio Neves tem todo o direito a formular a sua defesa, confiante na sua inocência, mas pode fazê-lo fora do PSDB", disse após reunião com a bancada da Câmara, em Brasília. Nesta quarta, no entanto, venceu a tese de que, num momento em que a classe política está em xeque, levar adiante um pedido de expulsão de Aécio daria ainda mais gás ao discurso de criminalização da política.
A solução pró-Aécio surgiu também em meio a uma série de apelos de líderes dos principais partidos do Congresso a integrantes do PSDB. Caciques de importantes siglas pediram ao líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio (SP), que trabalhasse para evitar o avanço da discussão da expulsão. A vitória de Aécio não significa um arrefecimento da situação do deputado dentro do PSDB, avaliam aliados do mineiro.
Eles dizem que novas representações devem surgir e, mesmo diante da maioria formada nesta quarta, haverá pressão para que o deputado deixe a sigla.