Puxada pela queda brusca na mineração após a tragédia da Vale em Brumadinho, a produção industrial em Minas Gerais recuou, percentualmente, três vezes mais do que a média no Brasil neste ano. O acumulado em 2019 para o país foi de 1,4% negativos em relação ao ano passado, enquanto o Estado registrou queda de 4,6% no mesmo período.
Contudo, as expectativas do setor industrial para 2020 são altas.
Em apresentação do balanço deste ano realizada ontem, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) aposta em 2,34% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no ano que vem. Número que o presidente da entidade, Flávio Roscoe, considera conservador.
Se as reformas macroeconômicas promovidas pelos governos estadual e federal forem aprovadas, como a recuperação fiscal de Minas apresentada à Assembleia do Estado por Romeu Zema (Novo) e a reforma tributária que tramita na Câmara dos Deputados, ele acredita que o crescimento pode chegar a 3% em nível nacional e 5% em Minas.
Roscoe, em tom otimista, chegou a afirmar que o Brasil será “a próxima China” se a agenda liberal proposta pelos poderes Executivos for colocada em prática. "Tivemos uma contração menor do que esperamos inicialmente e, para 2020, estamos muito otimistas. A taxa de juros está muito baixa, o que vai gerar renda. Com isso, as empresas vão investir mais e terão maior acesso ao crédito e toda essa dinâmica terá efeito positivo (na economia)", diz.
Segundo a Fiemg, os resultados negativos neste ano foram causados pela "incerteza elevada" nos mercados internos e externos, que "frustraram expectativas iniciais de 3,7% de avanço (da indústria)" em nível global. Em Minas, a entidade destaca o papel da tragédia da Vale em Brumadinho, que fez o setor de extração mineral retroagir 24,6% neste ano.
Roscoe classificou o ocorrido como "acidente" por cinco vezes durante sua fala e os estudos da entidade apontam o rompimento da barragem do Córrego do Feijão como responsável pelo recuo da produção em Minas.