O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou a reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, além de líderes partidários, que ocorreu no início da noite desta quarta-feira (12/8), e serviu para que o Executivo federal reafirmasse seu compromisso com a manutenção do teto de gastos e as pautas de reforma econômica.
Maia destacou que foi um encontro importante, pois a pauta contrária ao teto e favorável á extensão do decreto de calamidade pública para 2021 vinha ganhando espaço.nUm dia antes, Maia, o líder do Centrão, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e Guedes haviam se reunido para discutir a importância de manter a tônica das pautas econômicas no Congresso com participação e apoio do governo.
A linha reformista liberal parlamentar ganhou espaço e se mantém desde 2016, ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “A decisão do presidente de convidar os seus ministros que estão ligados diretamente a questão de investimento, principalmente economia e presidência da Câmara, Senado e líderes, é uma sinalização correta com o que ele falou, o que eu falei, o Davi, com a certeza que nós, claro, queremos que o brasil possa ter capacidade de investimento público, mas precisa ser construída dentro da realidade do orçamento primário a partir do próximo ano”, disse.
“Ninguém vai desrespeitar o teto de gastos. Essa é minha posição e foi posição do Davi na reunião. Se há interesse, existe interesse para realizar investimento para os próximos anos, precisa estar dentro do orçamento primário na sorte de R$ 1,485 trilhões investimento, vai ter que cortar dentro do orçamento, da realidade orçamentária, cortar despesas, para abrir espaço de R$ 5 bi, R$ 10 bi, R$ 15 bi, R$ 20 bi de investimento. Não podemos voltar a equação do passado, que não funcionou”, alertor.
Maia voltou a dizer que o descontrole nas contas públicas retirará investimento do setor privado e será pago pela sociedade. “No governo Dilma as contas públicas cresceram rapidamente. O fies cresceu R$ 1 bi para R$ 13 bi, e a sociedade pagou a conta com a queda de 7% na economia. Não adianta imaginar que, com descontrole ou aumento de gasto público além do limite de gastos previsto, o orçamento do ano anterior mais inflação, que isso vai gerar impacto positivo. O impacto positivo desse investimento vai ser todo destruído pela perda de credibilidade do país, pela redução de interesse de investimento privado, e quem paga a conta é o cidadão mais simples, desempregado, sem renda”, afirmou.
Para o parlamentar, ao convocar a reunião, Bolsonaro sinalizou o compromisso com o teto de gastos, mas a Câmara e o Senado também avisaram que não será pautada a prorrogação do estado de calamidade pública.