Em destaque está Ouro Preto, mencionada espontaneamente por 18% dos participantes da pesquisa. A cidade atrai o turista por seu casario antigo, pelas charmosas ladeiras e suntuosas igrejas do auge do ciclo do ouro. Chamam a atenção edificações como a Casa dos Contos – antiga casa de pesagem e fundição do ouro extraído da região – e a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, que guarda mais de 400 kg do precioso metal em seus altares, com entalhes de três fases do barroco mineiro. Já no Museu da Inconfidência, instalado no prédio que serviu como Casa de Câmara e Cadeia, estão os restos mortais de 16 inconfidentes.
O visitante também ficará fascinado pela Igreja São Francisco de Assis, cuja fachada se traduz em uma obra-prima da arquitetura colonial de Minas, mesclando elementos dos estilos barroco e rococó. Projetada por Antônio Francisco Lisboa, que ficou mais conhecido como Aleijadinho, e contendo em seu interior pinturas de Mestre Athaíde, a imponente construção rende fotos dignas de cartão postal, tendo ao fundo as formações rochosas do Pico do Itacolomi.
Segundo o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Marcelo Matte, o resultado da pesquisa serve como incentivo para a continuidade do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo governo, buscando aliar a preservação do patrimônio ao estímulo da atividade turística. “Minas Gerais já é referência em turismo histórico e agora vem se firmando, também, como importante destino de natureza no Brasil. Além disso, temos uma gastronomia diferenciada, somos um estado bastante seguro, com um povo receptivo e acolhedor. Temos tudo para tornar a experiência do viajante em Minas Gerais cada vez mais prazerosa e temos trabalhado incansavelmente em busca de melhorar os serviços turísticos ofertados no estado, sem perder de vista o cuidado com as nossas riquezas culturais e naturais”, ressalta Matte. Mosaico de roteiros Ao seguir as diferentes rotas da Estrada Real, caminho oficial construído pela Coroa Portuguesa para o transporte de ouro e diamantes, o turista também encontra recantos históricos como Congonhas, Diamantina e Tiradentes. Situada a 70 km da capital mineira, Congonhas abriga o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, onde estão os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão, em tamanho real, pelo mestre Aleijadinho nos últimos anos de sua vida. Em Diamantina, cidade que abre as portas para o Vale do Jequitinhonha, as serestas e Vesperatas embalam os passeios dos turistas pelo multicolorido e bem preservado centro histórico, que data do início do século 18. Merecem visita o Passadiço, ou Casa da Glória, o Mercado dos Tropeiros e a Casa de Juscelino, museu que funciona onde morou o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Além disso, os fãs de cachoeiras não podem deixar de conhecer as belezas naturais do entorno, como o Parque Estadual do Rio Preto, junto à Serra do Espinhaço. Tradição e memória convivem em harmonia com a atmosfera cosmopolita que ganhou a pequena Tiradentes após a instalação de eventos de grande porte na cidade, como a Mostra de Cinema e o Festival de Cultura e Gastronomia. Situada a 482 km de São Paulo, Tiradentes foi citada nominalmente por 3% dos entrevistados na enquete.
A atividade turística está efetivada em 17 parques naturais de Minas Gerais. Para incrementá-la, inovando na gestão destas áreas protegidas, foi lançado, recentemente, o Programa de Concessão de Parques Estaduais (PARC). A iniciativa é resultado de parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), o Instituto Estadual de Florestas e as Secretarias de Meio Ambiente e de Infraestrutura e Mobilidade. O intuito é melhorar a oferta de serviços turísticos do Estado, garantindo também a conservação e preservação do patrimônio natural. Em Minas não faltam exemplos de atrativos naturais que impressionam: em Conceição do Mato Dentro, no Parque Estadual Serra do Intendente, fica a terceira maior queda d’água do país, a Cachoeira do Tabuleiro. Outro destaque é o Pico da Bandeira, o terceiro maior do Brasil e primeiro mais alto acessível, localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa com o Espírito Santo. A Secult-MG ainda articula e incentiva, por meio do Programa Minas Recebe, parcerias com agências e operadoras de receptivo locais. Um dos resultados desta ação são roteiros desenhados com o objetivo de tornar a experiência do turista mais proveitosa e cada vez mais segura. O Caminho da Luz, por exemplo, é uma rota de 195 km que tem início na cidade de Tombos e é concluída no Pico da Bandeira. No caminho estão fazendas centenárias, matas, cachoeiras, santuários e antigas estações ferroviárias. O trajeto pode ser percorrido a pé, a cavalo ou de bicicleta, de acordo com a experiência e o fôlego do visitante. Há também a opção de ser feita apenas parte da trilha. A Serra da Canastra, guardiã da nascente de um dos mais importantes rios brasileiros, o São Francisco, também reserva múltiplas alternativas de passeios. A observação de pássaros é uma das opções, que se torna particularmente especial na região pela variedade de ambientes, o que permite o surgimento de uma vasta gama de vida selvagem. A predominância de campos limpos, cerrado sujo e cerradão com chapadões, além das diferenças de altitude, possibilitam que no Parque Nacional da Serra da Canastra sejam observadas espécies como o papa-moscas-do-campo, tico-tico-do-bico-amarelo, água-cinzenta, gavião-do rabo-branco, papagaio-galego, beija-flor-de-orelha-violeta, dentre muitos outros. Caminhadas ou cicloturismo são outras atividades propícias para o roteiro da Serra da Canastra, saindo de São Roque de Minas e passando pela nascente do São Francisco, cachoeira Casca d’Anta, e com paradas em mirantes e piscinas naturais. Deve sobrar, claro, tempo para apreciar a gastronomia regional: os visitantes ficarão maravilhados com os famosos e premiados queijos da Canastra.