Diário do Comércio
Apesar de ainda estar dando os primeiros passos para a eletrificação, o Brasil já começa a vislumbrar iniciativas promissoras em termos de componentes e tecnologias relacionados aos carros elétricos. Nesta semana, o Governo de Minas Gerais assinou um projeto para a implantação de um pólo de produção de baterias de lítio no estado.
Localizado no entorno do Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Colossus Cluster Minas Gerais é fruto de um investimento de US$ 3,5 bilhões e abrigará oito empresas do Vale do Silício que prometem produzir baterias de lítio, componentes e futuramente até veículos elétricos de passageiros e comerciais.
O CEO da Bravo Motor Company (BMC), Eduardo Javier Muñoz, explica a decisão de investir na região:
"Nossa escolha por investir em Minas Gerais tem muita relação com o posicionamento do Estado como polo de atração de investimentos, inovação e tecnologia. Temos encontrado um ecossistema muito propositivo e de muita ajuda que tem facilitado os processos. O Brasil naturalmente, pelo tamanho do mercado, já era um dos mercados almejados por nossas empresas na América Latina, e Minas se destacou por estes e outros motivos, como a própria cadeia automotiva que abriga", detalhou.
De acordo com o executivo, a capacidade produtiva do cluster será de 35 gigawatts em baterias e após os trâmites legais iniciais, a intenção é iniciar as obras no segundo semestre de 2021 para o início de operações já em 2022 - o local onde será instalado o pólo é administrado pela concessionária BH Airport.
O projeto do Colossus Cluster Minas Gerais também abrigará empresas locais para integrar a rede de produção de componentes. O executivo da BMC destaca a ideia de criar um ecossistema para desenvolvimento da indústria 4.0, que caso se concretize, será um marco para o estado e também para o Brasil.
Vale lembrar que Minas Gerais também abriga o projeto da primeira fábrica de células de bateria de lítio-enxofre do mundo, que será instalada no município de Juiz de Fora e iniciará operações em 2023. Trata-se de uma parceria para a produção de células de bateria que envolve a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e a empresa britânica Oxis Energy.