Morreu, nesta terça-feira (2), a veterinária pernambucana Pryscila Andrade, de 31 anos. Ela estava internada desde o dia 20 de fevereiro no Real Hospital Português (RHP), no Recife, após comer peixe arabaiana.
O quadro clínico de Pryscila era de Síndrome de Haff, conhecida popularmente como "doença da urina preta". A morte da veterinária foi informada pela mãe dela, Betânia Andrade, em publicação no Instagram.
Pryscila e a irmã Flávia Andrade, de 36 anos, comeram peixe arabaiana no dia 18 de fevereiro e começaram a passar mal. Dois dias depois, com sintomas como aumento da pressão arterial e dores musculares, as duas foram internadas no RHP. Flávia recebeu alta no dia 24 de fevereiro, enquanto Pryscila seguiu internada na UTI.
Entre 2017 e 2021, foram registrados 15 casos, sendo dez confirmados por critério clínico epidemiológico (4 em 2017 e 6 em 2020) e os cinco deste ano, que ainda estão em investigação. Não há mortes confirmadas pela doença nesse período, segundo a SES-PE.
Doença rara Rara, a doença de Haff é ocasionada pela presença de uma toxina biológica de algas que são ingeridas por peixes. A substância ataca a musculatura e os rins, deixando a urina escura, segundo o médico infectologista e professor da UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Fernando Maia. "Ela pode causar lesão renal importante, algumas pessoas ficam com urina escura, há pessoas ainda que fazem lesão renal a ponto de precisar de diálise", explicou o médico infectologista.
Maia afirmou que com a descoberta deste caso, a população de Pernambuco e Alagoas, por serem estados vizinhos, devem evitar o consumo de peixe neste período até que a situação seja normalizada, pois não há como saber se o pescado está contaminado ou não. Já o biólogo Cláudio Sampaio explicou que não é possível reconhecer se o peixe está contaminado e destaca que a toxina não está presente apenas na espécie arabaiana, conhecida também como olho de boi.