Protocolado em julho pelo diretório paulista do PSDB, o pedido de expulsão do deputado Aécio Neves (MG) ainda deve demorar no mínimo três meses para ser julgado. A expectativa na sigla é de que a Executiva se reúna na semana que vem para instalar uma comissão e, só então, deflagrar o processo. aberá ao presidente do Conselho de Ética, Cesar Colnaghi, a escolha dos integrantes da comissão.
O ex-presidenciável tucano virou réu na Justiça Federal em São Paulo, acusado de receber propina de R$ 2 milhões do grupo J&F e tentar obstruir investigação da Lava Jato. Reservadamente, dirigentes tucanos dizem, porém, que hoje o pedido de expulsão não contaria com apoio majoritário da Executiva e não se encaixaria no código de ética — que prevê expulsão só após condenação. O grupo do governador João Doria prega uma “faxina ética” no PSDB e quer que a saída de Aécio seja o “símbolo” do que chamam de “novo PSDB”.
O diretório paulista prevê, no curto prazo, desgaste provocado pelo caso Aécio na campanha à reeleição do prefeito Bruno Covas. Além disso, Doria é apontado como um dos pré-candidatos à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em 2022 “A expectativa é de que Aécio possa se afastar durante o processo.
A comissão de ética deverá seguir o código de ética. As penalidades podem chegar até a expulsão. O diretório de São Paulo vai cobrar a celeridade”, disse Marco Vinholi, presidente do PSDB-SP. Aécio não planeja mudar de partido. “A agenda do confronto não interessa ao Brasil e, a meu ver, não interessa também ao PSDB”, disse o ex-senador em evento no fim de semana.