As obras da primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados do Brasil a utilizar "hidrogênio verde" vão começar no primeiro semestre de 2025, em Uberaba. O Mineiro, o empreendimento será realizado pela empresa de origem suíça Atlas Agro Brasil.
Em 27 de outubro de 2022 a empresa assinou um protocolo de intenção com a Prefeitura de Uberaba para investimento de aproximadamente R$ 5 bilhões em área de 1,1 milhão de m? do Distrito Industrial III, na antiga área da planta de amônia. Esse foi o maior investimento privado já feito em Uberaba.
"A Atlas Agro já concluiu a fase de pré-engenharia e nesse momento está na fase final de projeto", informou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Uberaba, Rui Ramos.
O projeto está a cargo de duas empresas europeias e duas brasileiras, cujos nomes são mantidos em sigilo pela Atlas Agro.
Segundo o diretor de operações da Atlas Agro Brasil, Rodrigo Santana, a expectativa é que a construção da fábrica seja concluída em três anos e meio, sendo o início da operação da planta em 2028. "A fábrica terá a capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano de fertilizantes para atender os clientes da região. Com esse volume, a fábrica pode reduzir em 2,5% a dependência de importação de fertilizantes do país", complementou Santana. Quando pronta, a planta da Atlas Agro consumirá 2,5 gigawatt-hora (GWh) de energia renovável anualmente. Em uma operação industrial integrada, a unidade produzirá hidrogênio verde, amônia verde e nitrato de amônia verde. Os produtos finais atenderão aos agricultores brasileiros.
A previsão é que a construção da fábrica deva gerar 2 mil postos de trabalho. Outros 550 empregos diretos e indiretos devem ser criados após o início do funcionamento da empresa.
A prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (PSD), destacou que o investimento acompanhará o cuidado com o meio-ambiente. "A empresa conta com um viés interessante, ecologicamente correto e que não vai utilizar o gás ou qualquer outra fonte de energia poluente. Vai usar basicamente água e ar para a composição química do fertilizante. A ideia principal do negócio na cidade será o nitrogênio", afirmou a prefeita.
Ainda conforme Elisa, a Atlas buscava no Brasil um lugar interessante do ponto de vista logístico e do agronegócio. "E como Uberaba tem o agronegócio entre suas principais atividades, deu certo. Quando recebemos do governador a cessão por 20 anos da área que abrigaria a planta de amônia, que quase foi a leilão por duas vezes, o investidor nos procurou", contou Elisa.
O "hidrogênio verde" é produzido por meio da eletrólise da água usando eletricidade renovável, como a gerada por fontes solares ou eólicas. Isso significa que a produção de hidrogênio verde não emite dióxido de carbono ou outros poluentes atmosféricos.
Parceria - Uma das parceiras da Atlas é a Casa dos Ventos, cuja formalização com assessoria da Machado Meyer Advogados. Previsto para entrar em operação em 2028, o projeto inovador contará com cerca de 300 MW médios de energia eólica e solar fornecidos pela Casa dos Ventos, viabilizando a eletrólise necessária para a geração de hidrogênio verde. Esse insumo sustentável será destinado à produção de nitrato de amônia verde, promovendo uma considerável redução de emissões de carbono na indústria de fertilizantes e incentivando práticas agrícolas mais sustentáveis.
Para Ana Karina de Souza, sócia de área de Infraestrutura e Energia do escritório, "o Machado Meyer contribuiu com sua expertise para viabilizar a formalização da parceria, reforçando seu papel de liderança no oferecimento de soluções jurídicas inovadoras no contexto da transição energética no Brasil". Além de Ana Karina, o sócio Paulo T. C. Machado e a advogada Stéfanie
Olives participaram da operação que marca um avanço no uso de energias renováveis para transformar a produção de fertilizantes e fortalece a sustentabilidade industrial no Brasil.
Fonte:https://www.jornaldeuberaba.com.br/