O diretório do PSDB em São Paulo formalizou o pedido de expulsão do deputado Aécio Neves nesta terça-feira (20/8). A decisão ocorreu às vésperas da reunião da executiva nacional do partido, que vai definir a admissibilidade do pedido de expulsão feito pelo diretório municipal da capital paulista. A
Aécio se tornou réu em abril do ano passado sob acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Ele teria pedido, em março de 2017, R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. O valor foi entregue em parcelas a pessoas da confiança do tucano. O dinheiro seria usado para pagar sua defesa na Operação Lava-Jato. A entrega do dinheiro, em espécie, chegou a ser filmado pela Polícia Federal. Aécio se torna réu por corrupção e tentativa de obstrução à Lava-Jato O deputado ainda não foi julgado, mas cresce a pressão para que ele se licencie do partido. A ofensiva contra mineiro tem o aval do governador de São Paulo, João Doria. O tucano, atualmente o principal nome da sigla, defendeu inúmeras vezes que Aécio se afaste.
Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu em favor do deputado. "Jogar filiados às feras, principalmente quem dele foi presidente, sem esperar decisão da Justiça, é oportunismo sem grandeza", afirmou. Segundo as normas do partido, a executiva nacional é responsável por reconhecer a admissibilidade do pedido de expulsão.
Essa primeira análise será feita pelo deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA). Celso é aliado do tucano mineiro. Admitido o pedido, ele é encaminhado ao Conselho de Ética. Uma vez instaurado o processo disciplinar pelo Conselho de Ética, a tramitação tem prazo máximo de 45 dias. No entanto, existe a possibilidade de a questão ser levada à Justiça, o que alongaria o processo.
No caso de se afastar de forma voluntária, Aécio manteria o mandato de deputado federal, mas seria desligado do partido até que suas acusações de corrupção fossem julgadas pela Justiça. Se absolvido, poderia retornar ao PSDB.