Uma operação com gastos entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões para que Belo Horizonte retome, aos poucos, a infraestrutura que foi arrasada pelas chuvas que castigaram a cidade no início de 2020. A prefeitura iniciou ontem a primeira etapa do projeto de recuperação dos pontos da capital mineira que sofreram algum tipo de prejuízo diante dos temporais que bateram recorde no mês de janeiro e ainda causam preocupação aos moradores e ao poder público neste mês. Nessa primeira parte, os trabalhos incluem 221 intervenções, parte delas iniciada ontem mesmo (veja quadro), mas a tarefa envolve mais de 1 mil pontos de uma cidade que registrou, segundo a Defesa Civil Municipal, 942 deslizamentos, 111 desabamentos e 840 alagamentos, entre 23 de janeiro e 13 de fevereiro.
Os serviços têm execução da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), em conjunto com outros órgãos municipais, como a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e a BHTrans, e são executados nas nove regionais da cidade. Tudo é feito antes que obras de grande porte, como a da Avenida Vilarinho, tenham início, já que para esses casos as máquinas só começar a operar após o período chuvoso, seguindo critérios técnicos da engenharia. E ontem mesmo as chuvas da manhã atrasaram um pouco o início de algumas das intervenções programadas
As intervenções que começaram ontem na cidade foram desempenhadas em quase 20 pontos, espalhados pelas nove regiões de Belo Horizonte. Na Oeste, a Sudecap trabalha em recomposições da base de pavimentação das avenidas Silva Lobo e Barão Homem de Melo e no recapeamento da Rua Rubens Caporali Ribeiro. Na Pampulha, foi iniciada a recuperação de erosão no canteiro central, limpeza do sistema de drenagem em toda a extensão da via e podas de árvores na Avenida Sebastião de Brito. Houve, ainda, recuperação do abatimento registrado na Avenida Risoleta Neves e trabalhos de contenção na Rua Atanásia dos Jardins, no Norte de Belo Horizonte, entre outras intervenções.
Outras avenidas de BH também receberam atenção da Sudecap ontem. Uma das mais arrasadas no período chuvoso, a Tereza Cristina teve início de restabelecimento do pavimento, limpeza urbana e desobstrução de pontos de drenagem. Na Cristiano Machado, restabelecimento das margens e troca de boca de lobo na altura dos números 54 a 82. Limpeza e desobstrução de bueiros e implantação de sarjeta foram executadas na Avenida Vilarinho, em Venda Nova. Nas avenidas dos Andradas e na Prudente de Morais, houve recomposição de talude e do passeio e recapeamento, respectivamente.
PREJUÍZOS
De acordo com o superintendente da Sudecap, Henrique Castilho, as regionais Oeste, Centro-Sul e Barreiro foram as mais arrasadas pelas chuvas de janeiro em termos de infraestrutura, mas o trabalho se estende a todos as regionais da cidade. “Temos nove regionais, mas cada uma tem seu contrato independente para recapeamento, corte e supressão de árvores, obras de grande porte, tapa-buraco etc.”, afirmou, informando que os recursos são distribuídos de maneira uniforme entre as regiões administrativas da capital. “Nosso objetivo é reconstruir a cidade com técnica, eficiência e otimização de recursos, respeitando também o tempo necessário para execução das intervenções. Estamos dano prioridade às demandas que podem ser atendidas de maneira imediata, sem a necessidade de projetos executivos”, completa. A própria Prefeitura de Belo Horizonte já chegou a estimar que a cidade demoraria cerca de um ano para se recuperar completamente dos estragos. Segundo Castilho, no entanto, o planejamento é de que a capital mineira tenha sua infraestrutura reparada antes disso. Para isso, a PBH deu prioridade, no primeiro momento, à liberação do tráfego de veículos em vias destruídas. Agora, o projeto de recuperação prevê a manutenção das ruas e avenidas. Depois do período chuvoso, começam as obras de grande porte.