No primeiro dia de reabertura para o horário do almoço, os restaurantes de Belo Horizonte se esforçaram para seguir o protocolo de prevenção do coronavírus, e o movimento foi baixo. A estimativa da associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) é que nesta segunda-feira (24) menos da metade dos estabelecimentos do setor tenha reaberto na capital e que o faturamento tenha sido de 10% do período anterior à pandemia.
Geralmente lotado no horário do almoço, o Restaurante do Beco, na rua dos Tamoios, no centro da capital, retirou mais da metade das mesas para seguir as exigências da prefeitura. “A gente adotou as medidas, fixamos cartazes, disponibilizamos álcool em gel e retiramos parte das mesas para evitar aglomeração. Com o início da abertura do comércio, na semana passada, nós percebemos o aumento do fluxo e a necessidade de as pessoas almoçarem em um restaurante”, disse Raíssa Batista Macedo, gerente do estabelecimento. Às 11h, o Beco estava se preparando para receber os clientes, formado em sua maioria por trabalhadores do centro da cidade.
Outro ponto muito frequentado na região central de BH é o Restaurante Uai, na esquina da avenida Afonso Pena com a rua da Bahia. Com a capacidade de clientes reduzida, as mesas ficaram ocupadas por volta do meio-dia. O proprietário do local, Francisco de Assis, tem expectativa de que a flexibilização aumente. “Esperamos que a abertura continue. Está complicado para nós, comerciantes. Onde tinha mesa para quatro, só se sentam dois, e assim vamos tentando”, diz.
Para o colombiano Pablo, 27, que trabalha como entregador na capital mineira, foi um alívio poder se alimentar em local apropriado. “Está muito bom. A gente estava comprando o almoço e tendo que comer do outro lado, na rua. A gente tem que continuar se cuidando, não pelo comércio, mas pelo bem da saúde da gente”, afirma.
Na Savassi, região Centro-Sul, o protocolo de prevenção ao coronavírus estava preparado no restaurante Santa Rita, no início da tarde. A principal adaptação do estabelecimento foi a troca do self-service pelo à la carte. “A gente conseguiu cumprir todo o protocolo. Tínhamos 190 lugares e reduzimos para praticamente 90 assentos. Os talheres estão embalados e esterilizados, espaçamento de mesas com os dois metros exigidos, dentro das normas. Agora, estamos esperando os clientes”, explica Marcílio Medeiros, sócio do restaurante.
Os colegas de trabalho do setor tributário Luís Fernando, 41, e Jamil Bastos, 38, costumavam ir ao Santa Rita no horário do almoço desde antes da pandemia e, agora, comemoram a reabertura. “A expectativa está alta para voltar à normalidade. É um conforto a mais poder almoçar em um restaurante”, diz Luís.
Para Jamil, o churrasco faz falta. “Estou sentindo um pouco diferente. A gente está acostumado com o churrasco e, agora, tem o prato à la carte, mas acho que no geral não vamos perder muito. O importante é manter o distanciamento”, declara. Ele ainda acrescenta que poder almoçar perto do serviço o livra de ter que ir se alimentar em casa e enfrentar o trânsito.
Prejuízo financeiro
A assessoria de comunicação da Abrasel informou que “o faturamento do setor foi muito fraco, 10% do normal”. “Menos da metade dos estabelecimentos reabriu”, disse, em nota.