O que é polícia comunitária e como funciona a polícia cidadã? Estas são as primeiras perguntas que a sociedade faz ao ouvir falar do assunto. E é pra trocar experiências e entender o conceito de polícia comunitária que, nesta terça-feira (4), aproximadamente 100 profissionais da segurança pública e representantes da sociedade civil participaram do Encontro Regional de Polícia Comunitária. O evento é uma realização do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e a Escola Integrada de Segurança Pública.
No auditório da Academia de Polícia Civil, no bairro Gameleira, representantes das polícias Civil e Militar, dos Bombeiros e da Guarda Municipal se reuniram com a sociedade para discutir a filosofia e as estratégias de atuação da Polícia Comunitária em Minas Gerais. Belo Horizonte foi a primeira cidade a receber o evento.
O objetivo da Sesp, nesta estratégia, é levar o encontro para todas as regiões do estado. A expectativa é que 1.800 pessoas de todo o território mineiro sejam capacitadas nos próximos meses.
Para o secretário adjunto de Segurança Pública, Aílton Lacerda, a capacitação vai além da transmissão de conceitos e aprendizados sobre o que é polícia comunitária.
“Estamos todos aqui reunidos para construir ações estratégicas de polícia cidadã. Sabemos que esta é uma filosofia trazida de outros países e que temos que adaptar à nossa realidade. Acredito que, de forma convergente e integrada, conseguiremos cada vez mais resultados. Só vamos avançar se tivermos o empenho de todos”, disse Lacerda.
Para a delegada geral de Polícia Civil, Ana Cláudia Perri, “por meio da polícia comunitária, é possível ter uma excelente ferramenta de gestão que poderá melhorar a segurança pública no estado. Ao final deste dia de estudos, poderemos estabelecer novos parâmetros que irão nortear o trabalho de cada um dos indivíduos que integram as instituições de segurança pública em Minas Gerais”, apontou.
Como exemplo de proximidade entre atuação policial e sociedade, o tenente da PMMG, Lucas Vilela, falou sobre a experiência exitosa do sistema “Celular Seguro” – uma plataforma disponível no site da Polícia Militar em que o cidadão preenche um cadastro com informações pessoais e do seu aparelho celular. Em caso de roubo ou furto do aparelho, a pessoa pode recuperar o telefone se a polícia encontrar o aparelho e o mesmo estiver cadastrado no sistema.
Na sequência, o capitão da PMMG, Ricardo Gomes, explicou que o sistema depende da sociedade para ser efetivo e, por isso, ressaltou a importância da gestão participativa.
“Quando começamos a fazer polícia comunitária, percebemos que não envolve apenas segurança pública, envolve muitos outros fatores. O primeiro passo é entender o que é comunidade. Precisamos conversar com as pessoas, conhecê-las e apertar a mão dessas pessoas. Estamos aqui para entender como se dá a prática de polícia comunitária e o aspecto de mobilização dos indivíduos”, disse Ricardo, que tem experiência em projetos de polícia comunitária e acredita na eficácia deste tipo de aproximação entre profissionais de segurança pública e comunidade.
Para o comandante do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Erlon Botelho, a troca de experiência é extremamente importante não só para as instituições, mas também para a sociedade.
“Espero que essa temática seja sempre presente no nosso dia a dia. Só assim podemos crescer. Fiquei muito feliz com a equipe musical que se apresentou aqui. A música é extremamente pertinente para o momento. Que tenhamos sempre essa temática conosco e que nunca tenhamos o tempo perdido”, disse o comandante, referindo-se à apresentação musical dos jovens da oficina de violão do Programa Fica Vivo!, do Jardim Felicidade, que abriram o evento cantando Tempo Perdido, do Legião Urbana.