A terceira fase da Operação “Wickr” realizada em Araxá e que investiga o tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica, terminou nesta segunda-feira (10), com R$ 500 mil em dinheiro e equipamentos apreendidos.
Ao todo, 32 duas pessoas foram presas durante as ações anteriores, entre elas, o chefe da organização. Duas pessoas, sendo a mãe deste suspeito preso e o amigo dele, seguem foragidas, segundo o delegado Vinícius Ramalho.
A apreensão dos valores ocorreu após o fechamento de uma empresa do ramo de locação de materiais para construção, no Bairro São Geraldo, em Araxá. A suspeita, segundo a Polícia Civil, é de que no estabelecimento ocorra lavagem de dinheiro vindo do tráfico de drogas sintéticas. Em espécie foram apreendidos R$ 5 mil e o restante foi em equipamentos utilizados na construção civil.
“Nessa nova fase da operação estamos dedicados a identificar os bens, os ativos, aquele patrimônio que ele (chefe da organização) adquiriu com dinheiro ilícito”, explicou o delegado Vinicius Ramalho, que comandou a operação.
Empresa comprada pelo chefe da organização
De acordo com o delegado, no decorrer da investigação foi descoberto que a empresa fechada foi comprada pelo chefe da organização com dinheiro da venda de drogas.
"A empresa teve as atividades encerradas, considerando que era uma ferramenta que eles usavam para lavar o dinheiro do tráfico de drogas", afirmou.
A organização criminosa
Durante ações realizadas em Araxá, a Polícia Civil identificou um aumento no número de apreensões de drogas de origem sintéticas, diferentes das que eram vistas na cidade. A apreensão que resultou no início da operação foi feita em 2020.
“Com isso, iniciamos as investigações e conseguimos identificar que o núcleo principal, responsável pela distribuição de drogas, partia da cidade de Araxá, sendo esse tráfico realizado por esses 32 indivíduos identificados”, comentou Ramalho.
Ele ainda explicou que os suspeitos realizaram a “virtualização" do tráfico de drogas. “Ele começaram a vender por redes sociais, atingiam um público consumidor muito grande e também dificultou nossa investigação".
Além do linguajar próprio para se referir às espécies diferentes de drogas em Araxá, eles também usavam uma expressão específica para se comunicar entre si, o que também dificultou a ação da polícia, de acordo com o delegado.
Modus operandi
A organização contava com pessoas ocupando diversas funções, principalmente na parte virtual. Havia uma pessoa para fazer a divulgação das drogas nas redes sociais, responsáveis por administrar grupos de venda do material, uma pessoa que postava as drogas no correio.
Além da organização para a venda e envio, também havia uma pessoa que fazia pesquisa se satisfação com os clientes. Outras funções ainda existiam dentro da organização.
Números da operação
Além dos 32 presos, também houve 11 mandados de busca e apreensão durante as fases da operação. Ao todo, 92 pessoas foram ouvidas em todo o Estado de Minas Gerais e 28 celulares foram apreendidos.
Em relação às drogas, foram 1.874 comprimidos de ecstasy, 46g de MDMA, 460 blotters de LSD, 3kg de maconha geneticamente modificada e 90g de haxixe apreendidos.
Em bens materiais em dinheiros apreendidos, foram R$ 12.850 em espécie, além de dois carros. Uma casa de alto padrão em Araxá foi identificada, além de um lote em condomínio de alto padrão e uma pousada no município de Santa Catarina.
A Polícia Civil chegou a monitorar 178 perfis em redes sociais. No total, os membros da organização já movimentaram entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões.