Uberlândia passa a oferecer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir desta terça-feira (29), o transplante de fígado, além de ter mais um hospital habilitado para transplante de rins. A assinatura de um termo para definição do fluxo de procedimentos e competências para efetivação do serviço na cidade foi realizada entre a Prefeitura de Uberlândia e o Uberlândia Medical Center (UMC).
Segundo a direção do hospital, as cirurgias devem começar a ser realizadas a partir do próximo dia 7 de julho.
Na solenidade estiveram presentes o prefeito Odelmo Leão, os diretores do UMC, Roberto Botelho, e Alexandre de Menezes Rodrigues, o secretário Municipal de Saúde, Gladstone Rodrigues, e a diretora de Controle, Regulação e Avaliação da pasta, Soraya Calixto.
“Esse é mais um importante marco para a Saúde de Uberlândia. A ampliação da capacidade de fazer transplante de órgãos aqui é também uma forma de garantir qualidade de vida para a população, pois o paciente que precisa da doação não tem que necessariamente se deslocar para centros transplantadores de outras cidades”, disse Odelmo Leão.
O hospital obteve em fevereiro deste ano a autorização do Ministério da Saúde para fazer esse tipo de atendimento. Agora, a unidade de saúde passa a atender pacientes de toda a região, de acordo com a lista de espera e designação dos pacientes pelo MG Transplantes, que coordena a política de doação e transplantes de órgãos e tecidos no Estado.
Segundo o órgão, Uberlândia conta ainda com outras oito instituições de saúde habilitadas. Córnea e medula são outros dois órgãos que podem ser captados e transplantados no município.
Interiorização dos transplantes
Em 2017, o decreto 9.175 regulamentou a lei 9.434 de 1997 sobre transplante de órgãos, criando o Sistema Nacional de Transplante (SNT), que possibilitou o processo de interiorização dos centros transplantadores no país, até então restrito a capitais. O mesmo decreto estabeleceu que o Município pode desenvolver mecanismos de cooperação para a execução dessas atividades.
O diretor administrativo do UMC, Alexandre de Menezes Rodrigues, estimou em 4 milhões o número de pessoas impactadas regionalmente pelo credenciamento do transplante de rins e fígado em Uberlândia.
“Isso, considerando a referência direta da cidade em um raio de 150 km. Indiretamente, o raio é de 1 mil km. Em se falando de fígado, coração e pulmão, lugares com excelência nesse serviço estão a mais de 1 mil km e é essa excelência que o que o UMC busca. É um compromisso nosso atender as pessoas que forem elegidas para esse tipo de transplante no raio de até 1 mil km”, declarou o diretor ao dizer que o hospital pretende em breve pleitear autorização para os transplantes de coração e pulmão.
Ainda conforme o UMC, para estes atendimento, foi instalado um ambulatório que, aliado à estrutura hospitalar já existente no complexo, será utilizado durante o processo de acompanhamento dos pacientes.
“É um procedimento de alta de complexidade, uma aspiração antiga do sistema de saúde local. É um objetivo difícil de ser atingido. E isso é apenas o início do enorme desafio de se manter na rotina um transplante de fígado. No passado, nós tínhamos transplante renal credenciado no antigo Santa Catarina. Com o fechamento do hospital, esses recursos foram transferidos para Uberaba. Com a habilitação do UMC, esse investimento retorna para Uberlândia e acredito que demos um passo importante para que um dia tenhamos o transplante de coração no nosso município”, falou o secretário de Saúde Gladstone Rodrigues.
O hepatologista e coordenador do serviço de transplante do UMC, Guilherme Marques Andrade, ressaltou que a parceria entre o hospital e o Município vai auxiliar em um melhor atendimento aos pacientes locais que integram a lista do MG Transplantes.
“Antes de ser encaminhado a um centro transplantador, o paciente passa por exames iniciais para identificação do procedimento necessário e triagem para compor a lista nacional. É o Município quem realiza essa busca ativa, que oferece a estrutura mínima preparatória. Por isso essa parceria é muito importante para nós que estamos na outra ponta do serviço”, finalizou o médico.