Uma estudante brasileira registrou uma patente farmacêutica com um composto de própolis verde para tratamento e prevenção da Covid-19.
Natália Raquel Silva de Oliveira tem 21 anos e é do curso de Farmácia do Centro de Educação e Saúde, CES – da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campos do Cuité, na Paraíba.
A descoberta dela foi fruto de um projeto de iniciação científica. Na pesquisa, a aluna de graduação fez simulações de interação entre várias substâncias presentes no própolis verde com uma proteína de replicação viral do SARS-CoV-2 e encontrou três substâncias com potencial virucida: dois sesquiterpenos e um flavonóide.
Em entrevista, o professor Rafael Trindade, um dos orientadores da Natália, explica que os compostos do própolis inibem a reprodução do vírus, impedindo que a doença avance: “os resultados são bem animadores e incentivam a continuidade da pesquisa”, disse.
Patente
Segundo o professor Rafael, a equipe realizou simulações computacionais com alvo molecular para chegar ao resultado. No entanto, ele diz ainda serão necessários testes laboratoriais.
“Pretendemos no futuro isolar estas três substâncias promissoras e testá-las para ver qual a composição mais eficiente”, diz o professor da UFGG.
Rafael conta que eles decidiram depositar a patente para assegurar proteção em território nacional.
A ideia é firmar parceria com alguma empresa farmacêutica interessada em produzir a composição.
Própolis Verde
Rafael explica que um estudo paralelo da USP – Universidade de São Paulo, evidenciou que a própolis verde como tratamento auxiliar reduziu o tempo de internação de pacientes com a COVID-19.
O própolis verde é uma resina produzida em diversas espécies de abelhas com a finalidade de proteger a colmeia de agentes infecciosos.
É um dos antibióticos naturais mais potentes e amplos.
Talento precoce
O fato de um aluna ainda na graduação desenvolver uma patente também surpreendeu os professores.
“Isso nos deixa muito orgulhosos e satisfeitos pelo fato da UFCG ser uma das universidades mais inovadoras do país. Somos 2o lugar no ranking de patentes.
Quando nos deparamos com uma aluna diferenciada como a Natália, é um dever como universidade propiciar a melhor formação possível. Publicação é bom, patente melhor ainda.
Mas a melhor coisa que produzimos para a sociedade são profissionais competentes e inclinados a fazer um mundo melhor. É o que temos de mais valoroso”, comemora o professor Rafael.
A estudante contou com a orientação dos professores do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da UFCG, Bruno Medeiros Roldão de Araújo, Franklin Ferreira de Farias Nóbrega, e do professor Rafael Trindade.
Também colaboraram com o estudo Henriqueta Monalisa Farias (graduada em Engenharia de Biotecnologia e Bioprocessos pelo CDSA), Rafael de Lima Medeiros (egresso do curso de Física do CES/UFCG) e o professor Nilton Ferreira Frazão (CES/UFCG).