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Moradores do bairro Jardim Itatiaia, na periferia de Campinas, interior de São Paulo, se surpreenderam ao descobrir que havia uma criança mantida em cárcere privado dentro de um barril em uma das casas. O caso, que foi descoberto anteontem pela Polícia Militar, chocou todos os moradores da cidade - ele chegou a ver o Réveillon por um buraco na parede da casa.
Uma das vizinhas, uma mulher de cerca de 30 anos, disse que via pouco o homem de 31 anos, mas a companheira dele, que não teve a idade revelada, era muito conhecida no bairro e parecia gentil. "Na sexta-feira (29) ela nos chamou para entregar café, bolo e alguns biscoitos. Ela sempre preparava comida para distribuir pelo bairro", afirmou ao UOL.
Porém, algo sempre chamou a atenção da jovem: tudo sempre acontecia do portão da casa para fora. "Nunca entrei lá, nem ninguém aqui no bairro podia passar do portão. A gente achava estranho, mas pensávamos que eles queriam discrição, algo assim", completou. Segundo o 2º sargento Mike Jason, que acompanhou a ocorrência no sábado, a mulher cuidava de, ao menos, 13 cachorros. "Ela tinha uma ONG, não sei se legalizada, mas cuidava dos cachorros abandonados. Tanto que você via que eles estavam bem tratados, enquanto que, em cima, mantinha uma criança sem comida", comentou. Os vizinhos começaram a desconfiar que alguma coisa errada acontecia na casa depois que viram um 'vulto' em um buraco da parde.
"A gente sabia que a relação deles com a criança era meio tumultuada, eles reclamavam muito que o menino era hiperativo. Começamos a estranhar quando notamos que o menino não aparecia mais na rua para brincar, como sempre fazia", contou outra vizinha, de 42 anos. Eles afirmaram que tentaram obter alguma informação, mas a família nunca se abria. Até que conseguiram ver o rosto da criança. Uma denúncia chegou a ser feita ao Conselho Tutelar, e depois outra à Polícia Militar, que terminou na descoberta do menino dentro do barril.
Muito magro e debilitado, o menino foi levado ao Hospital Ouro Verde, onde segue internado. Segundo a Prefeitura de Campinas, que administra a unidade de saúde, ele tem "boa condição de saúde". O menino tem quadro de desnutrição grave, e vai continuar internado até alcançar peso considerado adequado para a idade.