Nunca antes, no futebol, o resultado de uma partida esteve tão em segundo plano quanto na tarde desta segunda-feira. Poderia ser um dia como outro qualquer, mas havia tanto verde e branco espalhado pelas ruas, tanta mobilização e tanta comoção que os ares eram de decisão de Copa do Mundo. E, no caso da partida deste memorável dia sete, o verdadeiro título esteve no calçar as chuteiras, vestir a camisa alviverde e voltar a pisar no gramado.
Na partida entre Barcelona e Chapecoense, no Camp Nou, ninguém se atentou ao placar, porque o futebol foi muito mais sentido do que jogado. E quando Alan Ruschel - pronto à reestreia - Neto e Follmann - devidamente fardados para a partida - entraram num dos maiores palcos do futebol mundial acompanhado o restante da heróica equipe Chapecoense, a mágica do futebol de Messi, Suárez, Iniesta, Busquets e todos os outros atletas do exímio time catalão pediram licença, porque o verdadeiro espetáculo morava ali: no recomeço.
Com o pontapé inicial da partida dado por Neto e Follmann, a Chape teve muito a se destacar na primeira etapa. Com toda a expectativa do jogo depositada sobre o retorno de Alan, o atleta teve uma atuação segura e bastante consistente. Nos 35 minutos que permaneceu em campo, carregando a braçadeira de capitão, Alan caiu mais pela direita, criando boas jogadas com o companheiro Apodi. No momento da substituição, foi demoradamente aplaudido em pé. Outra atuação surpreendente foi a do goleiro Elias, que logo nos primeiros minutos de jogo parou Messi e, na sequência, impediu gol de Suárez. E isso foi só o começo. O goleiro alviverde seguiu brilhando enquanto esteve em campo, levando a torcida a comemorar as defesas como se comemoram gols. Com Deulofeu, Busquets e Messi, o Barça balançou as redes, finalizando em 3 a 0 o primeiro tempo.
A partida seguiu com o mesmo ímpeto na etapa complementar. Bastaram nove minutos para a estrela de Suárez brilhar, marcando o quarto do Barça. Aos 28, com assistência de Messi, foi Denis Suarez quem marcou, fechando a conta. Depois disso, ainda teve tempo para mais um goleiro se destacar. Artur Moraes, que entrou em campo no lugar de Elias, defendeu pênalti cobrado por Alcácer aos 43 minutos.
Ao final da partida, aplausos que se estenderam de uma ponta do Camp Nou à outra, às duas equipes, pela grande partida, e a reafirmação de que quando a bola rola para jogos desse porte, o futebol vai muito além dele mesmo.