O ex-coordenador da campanha do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, Roberto Prieto, é suspeito de ter recebido 300 milhões de pesos colombianos (um pouco mais de US$ 100 mil) para fazer lobby na Agência Nacional de Infraestrutura (ANI) para que uma obra fosse licitada para a Odebrecht, informou nessa quinta-feira (17) a imprensa local.
Segundo publicações colombianas, a acusação foi feita pelo empresário Eduardo Zambrano, detido durante as investigações para esclarecer o pagamento de propina da construtora brasileira para a obtenção de contratos de obras na Colômbia.
Zambrano, que faz parte da companhia Consultores Unidos S.A., explicou ao Ministério Público (MP) colombiano que Prieto fez lobby com o diretor da ANI, Luis Fernando Andrade, para conseguir recursos adicionais ao projeto da ponte Plato, um trecho da estrada Rota do Sol III.
De acordo com a imprensa local, ao ser perguntado se Prieto teria recebido dinheiro por esse apoio, Zambrano disse: "sim, uns 300 milhões (de pesos colombianos)".
Conforme o MP, a Consultores Unidos S.A. fez parte das cinco empresas com as quais a Odebrecht simulou contratos, por meio de sua filial na Colômbia, para direcionar recursos a políticos e agentes públicos do primeiro escalão.
As autoridades colombianas detiveram Zambrano e o empresário Federico Gaviria em julho, como parte das investigações para esclarecer o pagamento de propina da Odebrecht.
As detenções de Gaviria e Zambrano foram consequência das confissões do ex-senador Otto Bula, atualmente preso, que recebeu US$ 4,6 milhões da companhia brasileira para a licitação do contrato de obras da Rota do Sol II.